Em crise financeira, a Parque das Nações e a Trans-Bus deixam de operar amanhã
Duas empresas de transporte coletivo do Grande ABC decidiram antecipar a entrega das linhas intermunicipais que gerenciavam para a Metra, que vai operar a Área 5 com o nome Next Mobilidade. A Transportes Coletivos Parque das Nações e a Trans-Bus Transportes Coletivos tinham concessões até março de 2022, mas, diante de dificuldade financeiras, resolveram abrir mão das linhas e deixam de operar os ônibus amanhã.
O Diário mostrou ontem que a pandemia causou queda de 51,1% no número de passageiros pagantes que utilizam ônibus urbanos no Brasil. Redução causou prejuízo de R$ 16,7 bilhões às empresas que operam no País entre março de 2020 e junho último.
Proprietário da Parque das Nações, com sede em Santo André, Carlos José Sofio, afirmou que entregará as três linhas intermunicipais de ônibus que estavam sob sua gestão e que operam em Teotônio Vilela, no Jardim das Maravilhas e no Jardim São Roberto.
Conforme Sofio, a empresa foi muito afetada pela queda de arrecadação. “Já vínhamos em situação complicada, e a pandemia aprofundou nossa situação. Perdemos muitos usuários, o que dificultou na manutenção das linhas. Antes atendíamos cerca de 15 mil usuários por dia, número que caiu, em média, 55% na pandemia. Isso dificultou ainda mais.”
Com o aprofundamento da crise, o dono da empresa se viu na obrigação de antecipar a entrega das linhas à Metra. “A gente pensou em segurar (a concessão) até março, mas vimos que não daria, porque se tornaria muito penoso financeiramente. Decidimos, então, encerrar as operações.”
Neste ano, em agosto, a Transportes Coletivos Parque das Nações completou 65 anos de vida. A empresa vai manter as linhas municipais, que fazem parte de consórcio que atua em Santo André. No total, 50 funcionários serão demitidos.
Já a Trans-Bus, que opera linhas metropolitanas da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), vai encerrar suas atividades e desempregar cerca de 250 pessoas. A informação é do presidente do Sintetra (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Grande ABC), Leandro Mendes da Silva.
Segundo o sindicalista, a empresa comunicou o encerramento das atividades, junto de proposta trabalhista para ser votada e discutida em assembleia. A reunião ocorreu ontem, na sede do sindicato, em Santo André, e a proposta foi aceita pelos trabalhadores.
Plano oferece 20% da multa do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço); indenização de 10% sobre o saldo da rescisão; dois meses de convênio médico e o valor das parcelas de 80% do salário contratual – que equivale ao líquido recebido. O acordo passará a valer 30 dias a partir da assinatura dos trabalhadores, que deverá ocorrer na segunda-feira.
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