Política Titulo Corrida estadual
França afirma que estará
com Alckmin

Ex-governadores devem formar chapa na disputa ao Estado: ‘Atual grupo terá dificuldades contra nós’

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
27/08/2021 | 00:03
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Claudinei Plaza/ DGABC


Ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB) admitiu que estará no mesmo palanque do também ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) no ano que vem. Em entrevista exclusiva em visita ao Diário, França reconheceu que o aliado sairá do tucanato e que restará ao grupo político definir apenas quem será cabeça de chapa.

Os dois estiveram juntos no pleito de 2014, quando Alckmin foi reeleito para o quarto mandato à ocasião tendo França como vice. O socialista herdou a cadeira máxima do Palácio dos Bandeirantes do tucano em abril de 2018, pois Alckmin havia renunciado para concorrer à Presidência da República naquele ano – foi derrotado ainda no primeiro turno.

Mas um personagem fez unir ainda mais a parceria entre eles: o atual governador João Doria (PSDB). Em 2018, Alckmin buscou pilotar uma acomodação para que França pudesse concorrer ao governo do Estado em sua reeleição com suporte do PSDB. Doria, então prefeito da Capital, inicialmente tentou se colocar como presidenciável no lugar de Alckmin. Sem sucesso nos bastidores, bateu o pé em ser o postulante do partido ao Palácio dos Bandeirantes. Venceu França no segundo turno mais acirrado das últimas décadas.

“Tenho relação com o Alckmin de muita lealdade. Ele é um homem que foi mais longevo dos governadores de São Paulo, com 14 anos no total. Sujeito experiente e idôneo. Não merecia o que estão fazendo com ele no governo, no partido. Esse moço disputou duas vezes a Presidência, foi para o segundo turno na eleição. Não tem patrimônio. Já sabe que comigo ele pode contar”, comentou França, presidente do PSB no Estado.

Candidato à prefeitura da Capital no ano passado, França salientou que a desfiliação de Alckmin do tucanato é certa. “Ele deu entrevista recente dizendo que estava de saída do PSDB. Na política, quer dizer que ele saiu. E até o Doria o expulsou na entrevista para o Roda Viva (da TV Cultura, na segunda-feira)”, adicionou.

A intenção do bloco é formalizar uma aliança com políticos de direita que têm aversão a Doria e que buscam distanciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Na lista estão Paulo Skaf (MDB), ex-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e ex-candidato ao governo paulista, e Gilberto Kassab (PSD), ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo.

“Eles (grupo governista, que deve ter o vice-governador Rodrigo Garcia, do PSDB, como candidato) terão muita dificuldade em nos enfrentar”, projetou o ex-governador, que evitou, entretanto, cravar o molde da chapa. “O formato disso vamos deixar para que o tempo diga. Claro que a prerrogativa (em ser o candidato) é dele (Alckmin), pela experiência e por tudo que representa.”

A despeito do afago a Alckmin, França ponderou que, nos últimos anos, seu nome tem mostrado mais viabilidade entre eleitores da Capital e da Região Metropolitana, enquanto o tucano segue com muito prestígio pelo Interior. “Impressionante como ele é no Interior, em Ribeirão Preto, São José dos Campos. Até pelo jeito que ele tem. Mas, por eu ter participado até da campanha a prefeito da Capital, tenho vencido nas pesquisas na borda que envolve a Grande São Paulo, o Grande ABC e a Baixada.” 




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