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Variante delta reacende
alerta no Grande ABC

Especialistas destacam necessidade de manter cuidados e recursos mobilizados para eventual terceira onda

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
12/08/2021 | 00:01
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Claudinei Plaza/ DGABC


O Grande ABC registra quedas nos números de casos e mortes por Covid, mas especialistas alertam que a variante delta, que na última semana obrigou o Estado do Rio de Janeiro a aumentar a oferta de leitos e suspender aulas presenciais recém-retomadas, é um risco também para a região. Em uníssono, apontam a necessidade de se ampliar a cobertura vacinal o mais rápido possível, além da manutenção de medidas como distanciamento, uso de máscaras e higienização das mãos. Para os governos, a indicação é manter em funcionamento ou ao menos com chance de rápida ativação, leitos que foram usados nos períodos mais duros da pandemia.

Infectologista e diretor do centro de pesquisas clínicas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Fábio Leal pontua que, embora o aumento de casos no Rio de Janeiro não tenha se refletido, ainda, em acréscimo de óbitos, a situação acende alerta importante de que possa haver uma piora na situação epidemiológica nas próximas semanas, especialmente se os governos não conseguirem avançar com rapidez no processo de vacinação.

“Não será uma surpresa se essa situação se repetir na região. Por isso, é preciso avançar o mais rápido possível com a vacinação e, principalmente, manter as medidas de distanciamento, uso de máscara, até que a gente consiga ter boa parcela da população vacinada, coisa que no Brasil ainda não chegou a um terço”, afirma.

Professor no curso de medicina da Faculdade Santa Marcelina, Martim Elviro de Medeiros Junior aponta que vários estudos já mostraram que as vacinas usadas no Brasil são eficientes contra a variante delta e que no mundo essa mutação aumenta a transmissão da doença, mas acaba gerando mortes e casos graves em não vacinados ou em quem tomou a vacina parcialmente (apenas uma dose). Para o especialista, a principal estratégia deve ser imunizar a população com o esquema vacinal completo, manter o uso de máscaras e higienização das mãos, evitar aglomeração e já começar a pensar na dose de reforço para idosos e grupo de risco para 2022.

Infectologista e diretor do Hospital Santa Ana, em São Caetano, Paulo Rezende destaca que as secretarias municipais e estadual de Saúde devem manter plano de contingência para o caso de terceira onda ocasionada pela variante delta, aumentando os cuidados até então tomados com relação à conscientização da população sobre distanciamento e uso de máscaras. “Para a redução da circulação do vírus, mesmo quem está vacinado deve continuar com os cuidados sanitários”, pontua.

Santo André, que já desativou o hospital de campanha da UFABC (Universidade Federal do ABC), informa que analisa a evolução da pandemia e os resultados da imunização para definir novas ações. São Bernardo, que optou por adequar sua própria estrutura hospitalar para o tratamento da doença, afirma que os leitos não serão desmobilizados.

São Caetano informa que não vai desmobilizar nenhum leito Covid e que um comitê se reúne com frequência para avaliar a pandemia e, se necessário, adotar novas estratégias. Diadema também não pretende desativar leitos abertos para pacientes Covid e segue acompanhando os dados referentes à transmissão do coronavírus para adotar as medidas que se façam necessárias.

Em Ribeirão Pires, o plano de contingência, se houver necessidade, é a reativação dos 41 leitos do hospital de campanha da cidade. Mauá não respondeu e Rio Grande não tem leitos de internação.




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