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Vacina contra a gripe só imunizou 37% do público-alvo na região

Especialista garante que doença tem riscos respiratórios semelhantes aos da Covid e destaca risco de contaminação secundária nos hospitais

Por Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
16/06/2021 | 00:01
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Claudinei Plaza/Dgabc


 Há uma semana o Grande ABC deu início à terceira e última fase da campanha de vacinação contra a gripe (Influenza) e, até agora, apenas 37,2% do público-alvo, composto por 966.810 pessoas que devem ser imunizadas entre seis das sete cidades da região – Rio Grande da Serra não informou os dados –, recebeu o imunizante. A etapa vai até 9 de julho.

De acordo com dados das prefeituras, até segunda-feira 359.820 moradores do Grande ABC foram imunizados contra a gripe. Está última fase contempla pessoas com comorbidades e com deficiência (física, auditiva, visual, intelectual e mental ou múltipla); caminhoneiros, trabalhadores portuários e de transporte coletivo; profissionais das forças armadas, de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional; população privada de liberdade e jovens e adolescentes sob medidas socioeducativas.

Infectologista e diretor do Hospital Santa Ana, em São Caetano, Paulo Rezende destaca que a cobertura vacinal contra a Influenza já sofre queda “há alguns anos”, porém, lamenta que, agora, “está sendo escandalosa”. “As pessoas parecem que esqueceram que estamos entrando no período mais frio do ano. A infecção pela Influenza é doença respiratória aguda e, no nosso ambiente de inverno era, até então, a causa mais frequente de complicações respiratórias, principalmente em pessoas com doenças preexistentes, igualzinho à Covid-19”, explicou o médico, ponderando que a gripe costuma, inclusive agravar os quadros em crianças, podendo se tornar pneumonia bacteriana.

O especialista reforça que a doença representa riscos de internação. “Se vacinarmos teremos menor incidência de gripe, de forma que as pessoas recorram menos ao serviço médico e, consequentemente, não esgotem nossas estruturas de saúde”, disse Rezende. “Tomar a vacina colabora com a não ida aos hospitais. As pessoas que estão recorrendo ao sistema de saúde com sintomas gripais podem ser confundidas com casos de Covid, ou então ficarem em avaliação em ambiente sob risco de contaminação de coronavírus”, completou o infectologista.

Os públicos das duas primeiras fases também podem se vacinar, casos de crianças de 6 meses a 6 anos, gestantes, profissionais da saúde, puérperas, indígenas, idosos com 60 anos ou mais e professores.

Os especialistas recomendam que seja respeitado intervalo de 14 dias entre a vacina contra a gripe e a que protege contra o novo coronavírus, com preferência para o imunizante contra a Covid-19

No Grande ABC as cidades estão optando por imunizar contra a gripe nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) em salas separadas das pessoas que estão sendo protegidas com o imunizante contra o coronavírus. Em Santo André a campanha acontece de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, nas 32 unidades de saúde do município e sem necessidade de agendamento, assim como em São Bernardo, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires.

Em São Caetano é preciso fazer o agendamento no site da Prefeitura (saocaetanodosul.sp.gov.br). São quatro locais de vacinação, inclusive um no sistema drive-thru montado na Garagem Municipal (Avenida Presidente Kennedy, 2.100, bairro Olímpico), de domingo a domingo, das 9h às 16h.




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