Economia Titulo Nas sete cidades
Gasto com presentes no Dia das Crianças cresce 10%

Desembolsos aumentam na pandemia, porém, também sobe total que não vai presentear

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
07/10/2020 | 00:05
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Denis Maciel/DGABC


A pandemia do novo coronavírus não reduziu a disposição dos moradores do Grande ABC em presentear as crianças no dia 12. Ao contrário. Em famílias que não foram tão afetadas financeiramente, os valores desembolsados por produto subiram quase 10%, de R$ 106 no ano passado para R$ 119,20. Ao mesmo tempo, porém, como toda moeda tem duas faces, nas casas em o orçamento foi atingido em cheio pela crise trazida pela Covid-19, o total de pessoas que decidiram não presentear na data subiu de 25% para 35% dos 440 entrevistados.

Os dados integram a PIC (Pesquisa de Intenção de Consumo) da Universidade Metodista de São Paulo, e foram divulgados ontem.

Já descontada a inflação do período, acumulada em 2,44% nos últimos 12 meses, conforme o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a estimativa é a de que o Dia das Crianças movimente R$ 72 milhões, valor 2,77% maior que o de 2019. Considerando o gasto com vários presente para a data, de R$ 226, se tem alta de 13% ante os R$ 200 do ano passado. Mas o número médio de crianças a serem presenteadas é de 1,31, quando em 2019 foi de 1,64.

“A pandemia tem afetado de forma diferente cada lar. Por um lado, medidas de combate ao novo coronavírus geraram recorde no desemprego de 14,1%, segundo a Pnad Covid-19 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE, o que, somado à redução na jornada de trabalho e renda de vários outros trabalhadores, faz com que muitas crianças fiquem sem presente neste ano”, aponta o coordenador de estudos do Observatório Econômico da Metodista, professor Sandro Maskio. “Por outro lado, nas casas em que a renda não foi tão afetada, a tendência é a de presentear mais ou melhor as crianças, o que decorre da maior presença delas em casa e da maior intensidade de relacionamento entre pais e filhos.”

Maskio completa que, devido à pandemia, os recursos que seriam destinados a viagens e a festas acabam sendo revertidos aos presentes. “Com base nessa expectativa de transição de recursos, parte do poder de compra pode gerar maior impacto no Natal.

LEMBRANCINHAS

Moradora de Santo André, Maria Pereira Pinto, 43 anos, gastou R$ 170 para presentear a filha Maria Clara, o afilhado e dois sobrinhos. “Neste ano não quis deixar passar em branco, mais para simbolizar a data. Então optei por lembrancinhas. Comprei massinha, chocalho e bichinho de pelúcia”, contou.

Mesmo de Gisele Lazari, 32, moradora de São Caetano, que apesar de presentear 11 crianças, incluindo a filha Antonela, gastou, no total, R$ 350. “Para ela foi a boneca mais cara, e para meu enteado, roupa. Mas para os demais comprei maquiagem e arminhas de água em torno de R$ 10.”


Brinquedos educativos ganham destaque pela primeira vez

Na pesquisa da PIC deste ano, uma surpresa: pela primeira vez figuraram na lista dos itens mais presenteados os brinquedos educativos. Não só constaram na lista como lideraram as intenções, principalmente no caso dos meninos. “Trata-se de uma tentativa de ampliar as opções de diversão da criança que passa tanto tempo em casa e, ao mesmo tempo, de agregar valor à brincadeira”, explica Sandro Maskio.

Ao todo, 14% pretendem dar jogos educativos/montagem, seguidos de bola (13,1%). Para meninas, as bonecas lideram (35,2%), vindo a seguir vestuários e calçados (12,3%). Quanto à forma de comprar, 55% declararam ir presencialmente, mesmo em meio à pandemia, e, 29%, o farão pela internet.
 




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