O ministro do Trabalho e Emprego, Ricardo Berzoini, estará em Santo André no próximo dia 8, às 10h, para inaugurar o Centro da Juventude do Programa Primeiro Emprego, que vai funcionar em espaço cedido pela Coopervolks, na Rua Coronel Seabra, 321, Vila Alzira. O centro é destinado a promover cursos profissionalizantes em serigrafia, telemarketing, comércio, serviços (auxiliar de escritório) e segurança alimentar. A visita do ministro sela o fim da gestão e dois anos na Agência de Desenvolvimento do Grande ABC, que teve como diretor-geral Jorge Rosa, ligado ao setor petroquímico, e como diretor-executivo Paulo Eugênio Pereira Júnior, que passa o cargo para o professor Silvio Minciotti, ligado ao governador Geraldo Alckmin e indicado pelo novo diretor-geral, o prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB). Minciotti assumirá o cargo nesta quinta-feira, às 15h.

A visita do ministro do Trabalho e Emprego, Ricardo Berzoini, para inaugurar o Centro da Juventude do programa Primeiro Emprego, no próximo dia 8, é uma das provas de bom relacionamento atual da Agência com o governo federal. O diretor-executivo afirma que sob Minciotti, o diálogo continuará fluido, por meio de projetos. Paulo Eugênio afirma que o convênio com o Sebrae nacional será prorrogado até dezembro e já existe possibilidade de renovação do mesmo programa até 2006. Também conta a favor da atual gestão a criação do Centro de Informação e Apoio de Tecnologia do Plástico, aprovado pelo Finep.

O programa Primeiro Emprego mobiliza 19 ONGs (Organizações Não-Governamentais) no atendimento a 2 mil jovens carentes com idade entre 16 e 24 anos. A Agência de Desenvolvimento do Grande ABC é a gestora do convênio de R$ 4,3 milhões e duração de seis meses com o governo federal. Na primeira versão, o Primeiro Emprego atendeu mil usuários. Só depois dos quatro meses iniciais de formação os jovens passam a integrar programas de inserção no mercado de trabalho.

Nos primeiros quatro meses do programa, cada garoto atendido recebe R$ 150 mensais. Nesse período, além de prestar serviços voluntários, os beneficiários do programa são obrigados a acumular 200 horas de oficinas profissionalizantes e mais 200 horas voltadas à elevação do grau de escolaridade, inclusão digital, transmissão de conceitos de ética e de cidadania. Essas aulas serão ministradas no Centro.

Diálogo produtivo – Nos dois anos em que estiveram à frente da Agência de Desenvolvimento, Jorge e Eugênio aproveitaram bem a proximidade com o governo federal e promoveram claro salto de qualidade no conteúdo dos programas e ações voltados ao desenvolvimento regional, embora não tenham conseguido avançar significativamente no trato com o Palácio dos Bandeirantes. “Tanto Auricchio quanto Sílvio vão receber a Agência bem melhor de quando eu entrei”, afirma Paulo Eugênio. Para ele, o desafio agora é estabelecer diálogo mais produtivo com o governo estadual.

O prefeito José Auricchio foi indicado pelos colegas de outras seis cidades, donos de 49% das ações da Agência, e acolhido pela maioria dos diretores da entidade. Jorge Rosa, gerente de novos negócios da Petroquímica União, permanecerá como vice-diretor da Agência. Ex-diretor da Artesp (Agência Reguladora dos Transportes de São Paulo), o tucano Sílvio Minciotti ocupará o lugar de Paulo Eugênio Pereira Júnior, vereador do PT de Mauá, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e frequentador assíduo do curso de MBA em Arranjos Produtivos Locais realizada em Brasília pela Cepal (Comissão de Estudos Econômicos para América Latina e Caribe).

A sucessão ocorre de forma tranqüila, em clima de esvaziamento de rivalidades políticas e esforço para dar viés pragmático e empresarial às ações da entidade. Em almoço na semana passada, Paulo Eugênio, ex-aluno de Minciotti, foi convidado a permanecer próximo da Agência, para contribuir na formatação de projetos e programas. “Minciotti foi meu professor e o primeiro diretor da Agência de Desenvolvimento. Ele conhece bem a experiência italiana de desenvolvimento regional, conhece bem a Agência e as necessidade do Grande ABC”, atesta Paulo Eugênio.

Para o vereador petistas, a experiência de Minciotti como presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) durante o governo Fernando Henrique Cardoso poderá contribuir para que a Agência avance na formulação do sistema de informações regionais, demanda antiga do planejamento local.

Paulo Eugênio afirma ainda que a indicação de Minciotti, homem próximo ao governador Geraldo Alckmin, poderá servir para implementar programas que até hoje não vingaram. Exemplos não faltam: A Agência tenta obter do governo estadual mais verbas para a Faculdade de Tecnologia de Mauá, que desenvolve cursos de tecnologia de materiais em polímeros, cerâmicos e metais – áreas afins com a vocação regional e duas delas alvo dos chamados Arranjos Produtivos Locais.

O governo do Estado também gerencia o Celex (Centro Logístico de Exportação) implementado na rodovia dos Imigrantes, organização que Paulo Eugênio tem interesse em acertar convênio. “A parceria pode sair porque o Minciotti tem trânsito junto ao governador e pode trazer isso para a região. Seria um gol de placa”, avalia o petista.

On line – Será assinado nesta quinta-feira, às 10h, o convênio entre a Agência de Desenvolvimento Econômico e o Idort (Instituto de Organização Racional do Trabalho) que vai oferecer 20 cursos gratuitos à distância, pela Internet, para formar empreendedores em disciplinas como gestão de negócios, gestão da inovação, gestão de projetos, de tecnologia da informação, de e-business, entre outros. A parceria é possível por meio de um convênio entre a Agência e o Finep, no valor de R$ 285,7 mil. Os prazos de início do curso ainda não estão definidos, mas é possível acompanhar o andamento pelo site www.idort.com