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'Kaiser' põe o Brasil na final da Copa do Mundo da Alemanha
Por Divanei Guazzelli
Do Diário do Grande ABC
03/09/2003 | 00:36
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A Seleção Brasileira será finalista da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Quem diz é uma das maiores referências de toda a história do futebol. Ex-jogador de estilo requintado, fosse como líbero, volante ou meia, Franz Beckenbauer, 58 anos, só não ousa apontar o adversário do já pentacampeão Brasil, embora naturalmente torça pela sua Alemanha. O principal jogador alemão de todos os tempos está em São Paulo, onde nesta terça-feira pela manhã concedeu entrevista na sede da empresa Wurth, com a qual tem contrato de patrocínio, em Cotia, a cerca de 55 km do Grande ABC.

Além de presidente do Bayern de Munique, o principal clube de seu país e um dos mais importantes do mundo, Beckenbauer é o presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2006. Pela atribuição, espera "Brasil e Argentina no próximo Mundial, pois sem eles a competição não será a mesma coisa", e entende que Uruguai, Chile, Paraguai e Equador deverão disputar as outras vagas.

"O Brasil é o país do futebol, nunca vi um povo acompanhar a sua seleção com tanto entusiasmo. Embora a Inglaterra seja a terra-mãe, é o Brasil que tem o direito de ter esse nome pelas individualidades e habilidades de seus jogadores. Há jogadores brasileiros espalhados por todos os países que possuem ligas profissionais. Por isso tudo, o Brasil, com certeza, estará na próxima final. Espero que seja a Alemanha, que está tendo dificuldade para contar com uma melhor equipe, apesar de grandes jogadores como Kahn, notável, o melhor goleiro do mundo, e o Ballack (meia), os dois do Bayern", disse o ex-jogador, para quem a classificação do último campeão deveria permanecer automática, o que beneficiaria os pentacampeões.

Em meio à aposta na Seleção Brasileira, Beckenbuaer não só confirma Pelé como principal jogador da história, mas elege os times campeões de 1958 e de 1970 como os melhores da história. Porém, na sua avaliação, há espaço considerável para Ronaldo, do Real Madrid.

"Estou feliz em vê-lo (Ronaldo) de volta, recuperando o desempenho antigo. É um jogador maravilhoso, talvez em 2010 (ano de outra Copa do Mundo) ainda estará em ação para fazer cada vez mais gols", afirmou Beckenbauer a uma pergunta sobre a possibilidade de o atacante do Real superar o recorde dos gols de Pelé em Seleção Brasileira.

Três momentos - Mas a Copa de 2006 é mesmo a obsessão de Beckenbauer, até por se tratar de um dos três momentos mais significativos de sua trajetória no futebol, como revelou nesta terça-feira. O primeiro foi a conquista da Copa do Mundo de 1974, quando o Kaiser (imperador em alemão), apelido de Beckenbauer, era o capitão. A segunda, 16 anos depois, na Itália, porém como treinador e a terceira, há três anos, no anúncio da Alemanha como sede de mais um Mundial.

"Quando Sepp Blatter (o presidente da Fifa, Joseph Blatter) abriu o envelope, em Zurique, e anunciou que a Alemanha seria a próxima sede, tive a mesma emoção das conquistas das Copas. Espero que agora, como presidente do Comitê Organizador, a felicidade seja semelhante, pois só se organiza um Mundial uma vez na vida", disse, que como jogador conquistou todos os títulos imagináveis, durante os 18 anos de Bayern e nas 103 partidas com a camisa da seleção alemã, pela qual atuou até com um braço imobilizado, na semifinal de 1970, contra a Itália, um dos jogos que ele e o mundo da bola consideram inesquecíveis. A Alemanha ficou fora da final, e a goleada do Brasil sobre a Itália por 4 a 1 fez Beckenbauer reverenciar ainda mais uma seleção que já considera finalista a três anos da sua Copa.




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