A Polícia Militar de São Bernardo prendeu nesta segunda-feira em Rudge Ramos três homens, entre eles pai e filho, suspeitos de planejar atentados no bairro, onde estão localizados uma delegacia e uma Base de Segurança Comunitária da PM. Com o grupo, foram apreendidos dois coquetéis molotov, uma garrafa com gasolina, uma pistola 380 e uma moto CB 500 com o chassi adulterado.

Por meio de uma denúncia anônima, policiais do 6º Batalhão conseguiram deter o trio nesta segunda-feira às 9h na esquina das avenidas Senador Vergueiro e Lions, antes da realização de possíveis ataques. No local, em um raio de aproximadamente 800 metros, estão situados o posto policial e o 2º DP.

Foram detidos Carlos de Lima Amorim, 49 anos, que tem passagem por porte ilegal de arma, seu filho Alexandre de Oliveira Amorim, 23, que já ficou preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Mauá por roubo, e Fernando Oliveira de Souza, 25, sem ficha criminal.

Para a polícia, os três negaram que façam parte do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção que ordenou centenas de atentados em todo Estado na segunda onda de violência deflagrada neste mês. Entretanto, não souberam dizer por que carregavam dois coquetéis molotov e uma garrafa de gasolina dentro de uma mochila.

Os explosivos caseiros eram carregados por Carlos Amorim. De acordo com testemunhas, nesta segunda-feira pela manhã ele chegou com a mochila em um bar localizado na avenida Senador Vergueiro, perto da esquina com a avenida Lions, dirigindo sua moto, uma Honda Titan.

Após tomar café no botequim, Carlos Amorim ficou observando motos que estavam expostas em uma loja localizada ao lado, que estava fechada no horário. Testemunhas relataram que ele ficou perguntando sobre diversos modelos e preços.

Poucos minutos depois, em uma CB 500 preta, chegaram ao bar Alexandre Amorim, que dirigia a moto, e Souza, que estava na garupa. Pai, filho e amigo ficaram conversando dentro e fora do estabelecimento. Testemunhas desconfiaram do trio e avisaram a polícia.

Policiais militares encontraram a pistola 380 na cintura de Souza. A CB 500 tinha o chassi adulterado e a placa indicando numeração de uma Honda Biz. Os três foram conduzidos até o 2º DP e presos em flagrante: Carlos Amorim por porte de explosivos, seu filho por adulteração da moto e Souza pelo porte da pistola.

"Não temos certeza se eles iriam fazer algum atentado, apenas verificamos essa desconfiança e existe a suspeita por causa dos atentados. Eles não confessaram nada do tipo", afirmou o delegado-titular do distrito, José Nemi Júnior.

De acordo com o delegado, Souza afirmou que pretendia roubar uma moto DT e entregá-la para Alexandre Amorim, pois devia uma moto a ele. Alexandre Amorim, por sua vez, disse que havia adquirido a CB 500 na feira do rolo em São Mateus, na zona Leste da Capital.

A segunda onda de atentados teve 17 ataques promovidos no Grande ABC. O último deles ocorreu no dia 15, em São Bernardo, quando criminosos atearam fogo em um ônibus da SBCTrans no Jardim Laura. Ninguém ficou ferido.