Setecidades Titulo Tragédia
Chuva deixa dez mortos em quatro municípios

Sto.André, S.Bernardo, S.Caetano e Ribeirão registraram óbitos; foram 12 em todo o Estado

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
12/03/2019 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 O temporal que atingiu o Grande ABC entre o começo da noite de domingo e a madrugada de ontem provocou ao menos dez mortes em quatro das sete cidades. Outras duas pessoas perderam a vida no Estado, totalizando 12 vítimas fatais. Na região, quatro óbitos foram em Ribeirão Pires, após deslizamento de terra no bairro São Caetaninho; outras seis pessoas se afogaram em Santo André (duas), São Bernardo (uma) e São Caetano (três). Embu das Artes e São Paulo fecham a lista com uma morte cada. Nos últimos 17 anos, 38 indivíduos morreram, na região, devido a problemas causados por temporais (veja arte ao lado).

Quatro pessoas de uma mesma família morreram após deslizamento de terra e soterramento de uma casa na Rua Alexandrina da Silva Aguiar, no bairro São Caetaninho, em Ribeirão Pires. O incidente ocorreu por volta de 0h30 de ontem. Os irmãos Carlos Eduardo Fernandes, 22 anos, e Rodrigo Fernandes, 32, foram as primeiras vítimas fatais a serem retiradas dos escombros na madrugada. Perto das 10h, os bombeiros removeram a irmã Renata Fernandes Nunes, 35, e o primo Anderson José Pimenta, 33.

Noemi Lopes Fernandes, 52, mãe e tia das vítimas, e Gabrielli Fernandes Cordeiro, 9, filha de Renata, foram retiradas com vida ainda na madrugada e encaminhadas ao Hospital Nardini, em Mauá. Segundo a Prefeitura, Noemi tinha quadro estável até o fechamento desta edição – está auxiliada com cateter de oxigênio, porém, lúcida. Gabrielli passou por raio X e tomografia e ficou em observação até as 16h.

Vizinhos contaram que pouco antes do deslizamento cerca de 12 pessoas estavam na residência, comemorando o aniversário de Carlos, que havia saído de férias do trabalho na sexta-feira. “Não era uma festa. Estavam alguns amigos, compraram um pouco de cerveja. A mãe deles fez uns pães recheados. A gente ainda não acredita que isso aconteceu”, afirmou a diarista Maria Edna da Silva Santos, 56.

A operadora de máquinas Erika Cristina dos Santos, 31, esteve com a família até 22h30. “Estava chovendo muito e esperei melhorar. Quando parou um pouco todo mundo foi embora, menos o Anderson. Ele morava ao lado, mas acabou ficando para dormir”, explicou.

A Rua Caiçara é via sem saída que, há 20 anos, foi palco de deslizamentos e ao menos uma morte. “Eu era criança. Removeram pessoas daí, mas com o tempo foram voltando”, lembrou Renato Vieira, 28, desempregado. A família reside no local há dois anos.

 

SÃO CAETANO

As vítimas foram três homens com idades entre 30 e 57 anos. Elas aconteceram na Avenida Guido Aliberti, Rua Maximiliano Lorenzine, e Rua Mariano Pamplona. Apenas um deles havia sido identificado até o fechamento desta edição: Cleiton Vieira Galbini, 39.

O óbito no bairro Fundação foi de um morador de rua, conhecido por Trem, por ser mineiro. “Era gente boa, tinha um problema na perna, não conseguiu subir (em uma estrutura) para se salvar. A água veio forte e levou. Quando o encontrei, até me arrepia: parecia um boneco de barro”, contou o porteiro Tiago de Souza, 35.

 

SÃO BERNARDO

Na cidade, motociclista morreu ao tentar atravessar alagamento no bairro Taboão, em frente ao Shopping Cristal. Segundo a administração, ele estava acompanhado de uma mulher na garupa, que conseguiu escapar. Até o fechamento desta edição, ele não havia sido identificado.

 




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