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Eleições: o que os jovens querem

Analisar propostas e ter ficha limpa são alguns dos critérios que adolescentes levam em conta no momento do voto

Por Tauana Marin
Diário do Grande ABC
07/10/2018 | 07:00
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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil


Ser ficha limpa, investir na trindade – Saúde, Educação e Segurança Pública –, ser capacitado, ter ideias novas. Essas são algumas das qualidades que jovens da região acreditam serem importantes nos candidatos a cargos públicos. Hoje, dia de ir às urnas eleger presidente, senadores, deputados (federal e estadual) e governadores, o D+ ouviu os futuros eleitores brasileiros para saber o que eles desejam para a República.

Este domingo vai ficar marcado na memória de Alexandre Borsalin Junior, 16 anos, de Mauá. Esta é a primeira vez que o estudante do Colégio Singular votará. Diante da crise do País, o garoto aposta no básico sendo bem feito: Saúde, Educação e Segurança. “Os programas sociais são importantes, mas vivemos uma crise, em todos os setores. É preciso poupar por um tempo esses investimentos para que o País respire. Foi com base nessas propostas que escolhi meus candidatos.”

O investimento em Educação primária, para Alexandre, é uma das saídas. “Não é difícil ver pessoas que ingressam na universidade e que são analfabetas intelectualmente. O povo precisa de conhecimento para eleger bons comandantes.”

Amigo de colégio, Matheus Patucci, 17 anos, de Santo André, acredita que é discutindo a política, principalmente em casa, que as coisas podem começar a mudar. “Política se discute sim. Podemos discordar, mas é preciso debater. Quanto mais isso acontece, melhor (para a democracia). Para isso, é preciso colher informações, analisar os debates, procurar as propostas de governo de cada um e escolher de acordo com o que você idealiza para o lugar onde vive.”

No caso dos candidatos a deputado, por exemplo, onde as opções são muitas, Matheus só aceita indicação de pessoas que pensam como ele, que confia. “Caso contrário, opto por votar em branco.”

Ser obrigatoriamente ficha limpa é pré-requisito para qualquer pessoa que queira se candidatar, na opinião de Theo Arabicano Valente, de Santo André, que completará 18 anos nesta semana. “Outro fator que deveria excluir qualquer pessoa aos cargos é o fato de estar envolvida em esquemas de corrupção, como caixa dois para campanhas. Pessoas assim não podem ter esse direito, de concorrer a cargos públicos.”

“Outro erro nas eleições brasileiras é as legendas autorizarem um número absurdo de candidatos. Basta olhar para aqueles que concorrem ao cargo de deputado, por exemplo. É preciso que tenha um limite, só assim as eleições seriam mais sérias. Não tem cabimento, por exemplo, um comediante, por melhor pessoa que seja, concorrer a essa função. Os eleitores começam a confundir as coisas. Precisamos ter foco e escolher pelas propostas oferecidas”, completa Luiza Canale, 16 anos, de Santo André, também do Colégio Singular.

Estudante da Etec (Escola Técnica Estadual), Giovanna Nunes Pelegrinelli dos Santos, 16 anos, de Santo André, tem aprendido a priorizar as informações, com fontes confiáveis. “Muitos são reféns do senso comum. Hoje as pessoas se baseiam em publicação de redes sociais. E isso é um perigo.” Para ela, pode parecer clichê, mas, a educação sempre será a base de tudo. “Pessoas que têm bom estudo erram menos, são mais criteriosas, desconfiam das coisas, são mais críticas. É disso que o País precisa. Programas culturais e esportivos fazem parte do pacote, além da inclusão para aqueles que têm alguma deficiência. Libras, por exemplo, precisa ser algo mais comum nas escolas regulares. Quem tem Educação, tem tudo.” 




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