Política Titulo Em baixa nas pesquisas
Alckmin reforça tese de que Bolsonaro viabiliza o PT

Em Sto.André, tucano reafirma que nome do PSL tem de ficar fora do 2º turno para evitar vitória petista

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
27/09/2018 | 07:00
Compartilhar notícia
Nario Barbosa/DGABC


Em visita a Santo André, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, falou em confiança da viabilidade nesta reta final e que há tempo hábil para reverter cenário na disputa ao Planalto – o tucano aparece em quarto lugar, segundo o Ibope, com 8%. Antes de caminhada pelo calçadão da Rua Coronel Oliveira Lima, sob forte calor, o ex-governador reforçou a ideia de que o deputado Jair Bolsonaro, postulante do PSL e líder nas pesquisas de intenções de voto, é a abertura para retorno do PT. “Vamos levar mensagem de confiança e esperança, mostrar que não podemos deixar o PT voltar e, para o PT não voltar, não pode ir o Bolsonaro (à etapa final do pleito).”

Alckmin figura atrás de Bolsonaro, Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT) – o PSDB, por outro lado, protagoniza o páreo presidencial desde 1994. Desde então, a sigla chega ao menos no segundo turno. Para o tucano, a eleição, de fato, “é agora nestes dez dias” finais de campanha. O tucano fez tradicional descida do calçadão, ao lado dos prefeitos Paulo Serra (PSDB, Santo André), Orlando Morando (PSDB, São Bernardo) e José Auricchio Júnior (PSDB, São Caetano), além do senador José Serra (PSDB) e postulantes a deputado da coligação. O chefe do Paço de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), compareceu apenas no início da ato.

O movimento na região central andreense foi intenso durante pouco mais de uma hora de atividade. Entre dezenas de placas e bandeiras, o presidenciável cumprimentou lojistas, apoiadores e transeuntes, bem como parou diversas vezes para tirar selfies. Em uma das paralisações para discurso, Paulo Serra lembrou, ao apontar na direção dos materiais, a reedição de série de faixas, com o texto: ‘Nem PT nem Bolsonaro’, em alusão à sua própria campanha de 2016. “Escrevemos uma faixa aqui que deu certo conosco na campanha. Nós ganhamos com esse slogan. Eram outros nomes, mas o PT estava lá. E, no segundo turno, foi 78% para nós contra o PT. Queremos repetir isso.”

Essa foi a segunda visita de Alckmin ao Grande ABC durante a campanha. Ele abriu a fala ao citar números de agosto, recém-divulgados, sobre índices de criminalidade de São Paulo. Segundo o ex-governador, o Estado alcançou a menor taxa de homicídios da série histórica (7,4 por 100 mil habitantes) ao mês. “É o menor índice desde 2002”, disse, ao relatar itens de seu plano para Segurança pública. “Vamos combater duramente o tráfico de drogas e armas com monitoramento inteligente das fronteiras, endurecer a lei de execuções penais para dificultar as ‘saidinhas’ e criar guarda nacional permanente, com efetivo de 5.000 (pessoas) cada brigada.” 

Para candidato, indústria está supertributada

Pouco antes de começar a caminhada, Geraldo Alckmin disse, em palanque improvisado, que a indústria “está supertributada”, ao ser questionado sobre o que pode fazer, se eleito, para auxiliar no resgate do crescimento das sete cidades. O tucano alegou que o ponto central passa por mudança tributária, abordando o polo industrial da região. “Ela (indústria) tem 11% do PIB (Produto Interno Bruto) e paga 36% da carga tributária. Nós vamos desonerar o setor produtivo, que é o que o mundo está fazendo. Hoje o mundo reduz a carga tributária. Iremos reduzir o imposto sobre o setor produtivo e compensar na tributação de dividendos. Tudo isso para focar no emprego.”

O candidato do PSDB frisou que a meta do seu programa de governo é recuperar a economia, dentro do compromisso com “emprego e renda”. “Iremos reduzir burocracia, diminuir juros, aumentar a disputa no setor bancário, reformar sistema de crédito, simplificação tributária, confiança.” 

Alckmin elencou também que a valorização do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) nos últimos 20 anos foi abaixo do índice da inflação, sugerindo mudanças no regime. “O dinheiro derreteu. (Com a alteração) Vai render a inflação e mais juros. Seriam quase 7% ao mês de valorização, sendo que metade do valor vai poder investir na aplicação que quiser. Não vamos deixar que dinheiro do trabalhador vá subsidiar milionário”, comentou.

Indagado sobre ajuda aos municípios, o tucano falou em firmar “grande parceria” com prefeituras, sem, no entanto, detalhar formas de apoio. Sintetizou que há necessidade de um Brasil descentralizado, inclusive, na Segurança, ao pontuar a chamada prevenção primária. “Toda cidade tem um bairro que é mais crítico. É preciso fortalecer, nesses locais, as ações preventivas, com urbanização, melhor iluminação e políticas públicas sociais, de Educação, esporte e Cultura.”




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;