Política Titulo Obstáculo
Atila tenta retomar base aliada na Câmara

Prefeito de Mauá retornou ao cargo, mas ainda pisa em ovos para reconquistar apoio do Legislativo

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
22/09/2018 | 07:00
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Divulgação


De volta ao cargo de prefeito de Mauá desde o dia 12 por força de liminar, Atila Jacomussi (PSB) agora enfrenta outro obstáculo: reconquistar sua base aliada na Câmara, desfragmentada desde que foi preso no âmbito da Operação Prato Feito, sob suspeita de lavagem de dinheiro.

A vitória jurídica que conquistou ao obter aval provisório do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), para suspender seu afastamento do Paço não foi suficiente, segundo apurou o Diário, para retomar, no mínimo, o apoio político que desfrutava no Legislativo mauaense antes de ir para a cadeia – foi solto 36 dias depois, também por intermédio de liminar concedida por Gilmar.

Desde que retornou ao cargo, Atila tem pisado em ovos para reconquistar a adesão de boa parte dos vereadores que, com seu afastamento, se aproximou do grupo da então prefeita interina Alaíde Damo (MDB). “Ela (Alaíde) tratou bem a Câmara. Deu espaço (no governo) que o próprio Atila não deu”, disse um parlamentar que é próximo do prefeito. Para não criar novo desconforto com os parlamentares, Atila ainda não exonerou boa parte dos funcionários comissionados indicados pelos vereadores quando o clã Damo estava na chefia do Paço.

Outra prova de que o socialista tem procurado agradar a Câmara são os afagos que tem feito individualmente a parlamentares nas suas redes sociais, associando as imagens de alguns vereadores a conquistas recentes, como compra de ambulâncias.

A análise que alguns parlamentares fazem é que o prefeito adotará a postura paz e amor pelo menos até o fim do ano, quando ocorrerá nova eleição para a presidência da Câmara para o biênio 2019-2020. O cargo, que está em segundo lugar na linha de sucessão municipal em caso de vacância da cadeira de prefeito, passou a ser estratégico para Atila diante da instabilidade político-jurídica criada com as investigações. Atualmente, o posto está sob o comando do próprio pai do prefeito, o vereador Admir Jacomussi (PRP), e foi justamente esse alinhamento entre pai e filho que freou a tramitação de qualquer movimento contrário a Atila, como a abertura de processo de impeachment – dois pedidos, impetrados pelo PT e pela Rede, foram rejeitados. 




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