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Medicina ABC vai tratar hepatite
Por Leandro Calixto
Do Diário do Grande ABC
15/09/2005 | 08:06
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A Faculdade de Medicina ABC, em Santo André, pretende abrir até outubro o Ambulatório de Hepatites Virais para atender casos específicos de pessoas infectadas com os vírus dos tipos B e C. O atendimento médico e os remédios serão distribuídos gratuitamente e o ambulatório terá capacidade para receber até dez pacientes por semana. Geralmente, as pessoas que têm a doença recorrem a infectologistas em hospitais da capital para fazer esse tipo de tratamento e, conseqüentemente, são obrigados a enfrentar longas filas de espera, que podem demorar até três meses.

A Secretaria Estadual de Saúde estima que em todo o Grande ABC cerca de 25 mil pessoas tenham hepatites B e C. Só o Hospital das Clínicas recebe mensalmente uma média de 60 pacientes da região para o tratamento por mês.

"Por uma questão cultural, as pessoas normalmente procuram os infectologistas para fazer o tratamento de hepatite. Queremos mostrar que os hepatologistas estão habilitados para atender aos pacientes que contraem as hepatites B e C. Com isso, esperamos reduzir o tempo de espera", explica a hepatologista e professora da Faculdade de Medicina do ABC, Wanda Regina Caly. De acordo com estudo realizado pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas, cerca de 100 mil pessoas na cidade de São Paulo tiveram algum tipo de hepatite no ano 1998.

Para a especialista, que está à frente do projeto na Faculdade de Medicina ABC, a população desconhece os métodos de como a doença pode ser tratada. Ela lembra que a faculdade tem uma boa estrutura para dar andamento ao projeto do ambulatório. "Falta apenas que os pacientes passem a nos procurar. Mas assim que os moradores da região souberem da disponibilidade do serviço, iniciaremos as atividades no novo ambulatório. A intenção é começar o tratamento já em outubro", completa Wanda.

A professora também tem realizado estudos científicos para descobrir novas drogas para combater a doença. Ela lembra que o diagnóstico precoce e o tratamento antiviral na fase da hepatite crônica são de extrema importância, embora a eficiência ainda não tenha chegado aos níveis desejados, segundo Wanda. A hepatite C é o maior problema de saúde pública mundial, superando inclusive a Aids. As principais vias de transmissão são a parenteral (transfusão de sangue) e por uso de drogas.

Já o principal meio de transmissão da hepatite B é por via sexual. Também existe o risco de contágio durante o parto, percutâneo (lesões de pele ou mucosa) e pelo uso de drogas injetáveis. Outras formas de transmissão são por meio de medicamentos e bebidas alcoólicas. No adulto, cerca de 95% dos pacientes que têm a hepatite B são curados. Os demais, têm doença crônica, que pode evoluir no decorrer dos anos para cirrose e até mesmo câncer no fígado.

Hepatites Virais B e C

O que é a doença
A hepatite é a inflamação do fígado.

HEPATITE B
Contraída por meio de medicamentos cujo efeito colateral causa inflamação no fígado, pelo consumo de bebidas alcoólicas e nas relações sexuais sem preservativo com pessoas que tenham a doença.

HEPATITE C
Forma crônica da doença. As principais vias de transmissão são a parenteral (transfusão de sangue) e pelo consumo de drogas injetáveis. Atualmente, os dependentes químicos são o principal grupo de risco.

SINTOMAS
Mal-estar, dor de cabeça, dor no corpo, pele amarela e urina escura.

PREVENÇÃO
As crianças ficam imunes quando tomam vacina contra todos os tipos de hepatite. Já os adultos, devem prevenir a doença mantendo hábitos alimentares saudáveis e utilizando o preservativo nas relações sexuais. Especialistas também recomendam fazer exame de sangue pelo menos uma vez por ano.

TRATAMENTO
A hepatite B pode ser curada em até quatro meses depois de iniciado o tratamento. Existem casos em que o portador do vírus convive vários anos com a doença. Já nos casos de hepatite C, 75% dos pacientes que fazem tratamento regular ficam curados da doença.

ESTIMATIVA
Conforme estudo realizado em 1998 pelo médico Robero Focaccia, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, cerca de 100 mil pessoas contraíram hepatites B e C na cidade de São Paulo, que tem aproximadamente 10 milhões de habitantes.

SERVIÇO DA FACULDADE
O início das atividades do Ambulatório de Hepatites Virais da Faculdade de Medicina do ABC está previsto para o começo de outubro. O serviço terá capacidade de atendimento de dez pacientes por semana. O agendamento já pode ser feito às quintas-feiras, das 8h às 12h, por meio do telefone 4992-6379.

Obs: Os casos de hepatite A não serão tratados pela instituição.




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