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Rua 24h de S.Caetano vive 'síndrome de Cinderela'
Christiano Carvalho
Da Redaçao
10/09/2000 | 20:13
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  Com cerca de dois anos de vida, a Rua 24 Horas de Sao Caetano ainda nao conseguiu fazer jus ao nome. Desde sua inauguraçao, em maio de 1998, entre todos os estabelecimentos do local, apenas uma farmácia chegou a funcionar em tempo integral, por aproximadamente nove meses. Hoje, todos fecham antes da meia-noite.

Os comerciantes elegem a falta de movimento noturno como o seu simbólico `medo de virar abóbora' - prejuízos com mao-de-obra e gastos como luz e água em horário ocioso. A farmácia é a primeira a abrir, às 6h (fecha às 23h). E o último a encerrar suas atividades à noite é um restaurante, às 24h. Nesse intervalo de seis horas, os 200 m da Rua 24 Horas, que é na verdade a continuaçao da avenida Conde Francisco Matarazzo, no bairro Fundaçao, ficam desertos, como qualquer outra via da cidade.

Os diferenciais sao a cobertura feita com um estrutura prateada de policarbonato e o calçadao de piso claro por onde é proibida a passagem de carros. A rua possui ainda um posto da Polícia Militar, que leva a crer que o problema está longe de ser a segurança.

"Faltam atrativos para o público durante a madrugada, como bares, choperias e até um banco 24 horas", afirmou o comerciante Sérgio Athanázio, dono da Farmais, justificando o fraco movimento que fez com que limitasse o horário de funcionamento de sua drogaria. "Depois de quatro meses trabalhando 24 horas, conseguimos algum retorno, mas ainda era muito sacrificado, principalmente em termos de custos. Nao valia a pena."

Para a comerciante Ivone Aparecida Mônico, dona de uma loja de variedades, faltam condiçoes mais adequadas, como melhor iluminaçao. "A Prefeitura deveria fazer alguma coisa para atrair os consumidores nesse período. Nao sei exatamente o quê, mais eventos e shows musicais seriam uma boa idéia", explicou ela, que lembrou que as apresentaçoes do projeto Arte na Rua no local acontecem apenas durante o dia.

Uma loja das Casas Bahia, que ocupa o maior espaço da rua e está desativada, deve ser reaberta em breve. No entanto, outros dois pontos, onde já funcionaram comércios de móveis, estao com placas de `aluga-se'. Uma maior variedade no comércio poderia ser uma saída para essa crise de identidade da Rua 24 horas, segundo o dono de uma banca de jornais Paulo Roberto de Carvalho. Ele também reclamou da iluminaçao. "As lâmpadas usadas aqui sao incandescentes e queimam com grande facilidade. Deveriam ser trocadas."

Outra reivindicaçao é a instalaçao de um estacionamento. "Como trabalho com vendas no atacado, os clientes sentem falta de um local onde possam parar o carro e carregá-lo com as mercadorias. O sistema de zona azul que existe nao adianta para o meu caso", disse a comerciante Tina Wong, proprietária de uma loja de doces.

Procurado pela reportagem do Diário, o diretor de Obras da Prefeitura, Iliomar Darronqui, nao foi encontrado.




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