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Bairro Fundação tem maior número de casos de dengue

Localidade de São Caetano registrou 11 pacientes autóctones; acúmulo de lixo e terrenos baldios são reclamações

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
23/03/2016 | 07:00
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Dos 57 casos de dengue autóctones (contraídos no próprio município) registrados neste ano em quatro cidades da região, a maior incidência ocorreu nos bairros Fundação, em São Caetano (11 pessoas infectadas); Jardim Oratório, em Mauá (dez); e no Jardim Santo Alberto, Vila Valparaiso e Jardim Stella, em Santo André, com três casos cada (veja o quadro completo ao lado). Ribeirão Pires e Rio Grande não registraram nenhuma ocorrência até o momento e a Secretaria de Saúde de São Bernardo não retornou as informações.

Comerciante no bairro Fundação, Paulo Roberto Rosa de Melo, 53 anos, teve dengue no ano passado. Na percepção dele, os munícipes vêm fazendo a lição de casa em seus imóveis; o problema são os terrenos abandonados, como um localizado na Rua Herculano de Freitas com a Avenida Conde Francisco Matarazzo. Os muros altos impedem a visão da área. “A gente não sabe o que tem lá dentro e, por conta do mato, no fim da tarde aqui fica infestado de mosquitos”, relatou.

Em Mauá, a Prefeitura afirmou que, a exemplo do que ocorre nas demais cidades do País, o que predomina são os criadouros nos quintais das residências, no entanto, salienta que vários locais são registrados como áreas de despejo recorrente de lixo por parte da comunidade. E esse é justamente o ponto fraco do Jardim Oratório. Na Rua Goiânia, um descampado é tomado por todo tipo de lixo e restos de construção. Ao ser questionada se a comunidade tem colaborado no combate ao Aedes aegypti, a dona de lanchonete Neuma Rodrigues da Silva, 48, é direta: “Se estivessem colaborando, não fariam isso. A Prefeitura vem e limpa de manhã, à tarde já está cheio de pneu, sofá e tudo quanto é coisa. O cuidado não é só em casa, é fora também”, ressaltou.

A administração municipal frisou que as ações são potencializadas nos locais que registram mais casos da doença.

Em Santo André, no Jardim Santo Aberto, onde neste ano foram registrados três pacientes com dengue, o aposentado Geraldo Lodi, 73, diz não ter medo da doença, porque em sua casa “está tudo em ordem”. Porém, ao olhar imóvel fechado com placa de vende-se, em frente à sua residência, a segurança fica estremecida. “Ninguém sabe como está lá dentro.”

Na Vila São Pedro, também na cidade, moradores estão com medo dos estragos que o Aedes aegypti pode fazer ao ser atraído pela quantidade de água parada em terreno na Rua dos Aliados. “Tapumes não nos deixavam ver lá dentro, então retiramos e vimos que a situação está terrível”, falou o aposentado Wilson Carlos Barreto, 66.

De acordo com a Secretaria de Saúde de Santo André, a obra iniciada no local foi embargada. “A construtora realiza a drenagem periódica, embora não seja o suficiente – é uma mina”, disse, completando que a área prosseguirá sob vigilância e, caso reincida o problema, será encaminhada autuação para o proprietário.

O dono do terreno já recebeu quatro notificações para limpeza, conforme a Prefeitura, mas, por não atender nenhuma, foi multado todas as vezes.




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