O chefe do DAS, o serviço de inteligência da Colômbia, Andrés Peñate, informou neste sábado que os onze ex-deputados seqüestrados pela guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) foram assassinados pelos próprios insurgentes em meio a um confronto com outra facção do grupo rebelde, a frente 29.

Ele negou que os políticos tivessem sido vítimas do fogo cruzado com um grupo militar não identificado que teria atacado no dia 18 de junho passado o acampamento onde eram mantidos cativos, como sustenta a guerrilha.

"Como resultado do trabalho de investigação do DAS estamos certos de que o que vem dizendo as Farc, sobre os deputados terem sido assassinados como resultado de uma suposta operação de mercenários estrangeiros, é uma grande mentira", destacou.

As Farc, a guerrilha mais antiga e poderosa militarmente do país, também têm em seu poder a política colombiano-francesa Ingrid Betancourt e três americanos que fazem parte de um grupo de 45 reféns que propõe trocar por 500 militantes presos.

O grupo anunciou no dia 28 de junho a morte de 11 deputados que mantinham em seu poder há cinco anos. Segundo Peñate, os guerrilheiros "adulteraram a cena do crime" que, de acordo com ele, aconteceu numa zona rural afastada do norte do departamento de Nariño, na fronteira com o Equador.

"Os corpos foram trasladados ao norte do departamento de Cauca" (sudoeste e vizinho de Nariño) para serem entregues ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha, acrescentou. Segundo o chefe do DAS, o serviço de inteligência conseguiu estabelecer a forma como morreram os onze reféns mediante uma "combinação de fontes humanas e técnicas".

O presidente Alvaro Uribe havia acusado as Farc de terem assassinado os deputados de forma premeditada atrasando a entrega dos corpos para dificultar um eventual trabalho de uma comissão internacional de legistas para determinar a forma como morreram.

Na quinta-feira, as Farc pediram que representantes da França, da Espanha e da Suíça formassem uma comissão, assim como dois familiares dos reféns mortos, para receber os corpos.