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Dicionário das Famílias Brasileiras ganha mais nomes
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
01/09/2001 | 16:41
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Brasileiros de ascendência italiana e japonesa terão, a partir de 2002, novas fontes de pesquisa com mais dois tomos do Dicionário das Famílias Brasileiras, de Antônio Henrique da Cunha Bueno e Carlos Eduardo de Almeida Barata. No ano que vem será lançado o Tomo III, o maior da coleção, com cinco volumes e 35 mil verbetes. Neles, estarão origens, significados e várias gerações dos sobrenomes de italianos que imigraram para o Brasil a partir do século XIX. Em 2003, centenário da imigração japonesa, será lançado o Tomo IV, com famílias oriundos do Japão.

O jornalista Ademir Medici foi consultado pelos pesquisadores para a edição sobre italianos e colocou à disposição todo o conteúdo da coluna Memória, publicada há 14 anos no Diário. Famílias como Brunoro, Oneda, Negri, Cestari e outras, que chegaram à região a partir de 1878 para trabalhar em colônias agrícolas terão a origem de seus sobrenomes relacionadas na nova edição de 2002, que terá pelo menos 50% do total formado por novos verbetes.

Esses sobrenomes, e mais os tradicionais da região, como Oliveira Lima e Fláquer, entre outros, estão incluídos no Tomo II do dicionário, lançado este ano. Também, obviamente, estão no Tomo I, que saiu ano passado, reunindo a quase totalidade dos sobrenomes de famílias brasileiras desde 1500. Os dois livros, divididos em dois volumes cada, têm 2.724 páginas e cerca de 8 Kg cada um, editados com benefícios da Lei Rouanet. Reúnem cerca de 17 mil verbetes cada um, com sobrenomes italianos, japoneses, portugueses, judaicos, alemães, espanhóis e de outras origens.

Para o escritor Walter Bevilacqua, 84 anos, de Santo André, a iniciativa de um dicionário de famílias italianas é bem-vinda. “Se o sentimento dos descendentes italianos for igual ao meu, recebo com muita alegria”, diz. A mesma opinião tem Carlos Manias Neto, presidente da Sociedade Cultural Ítalo Brasileira de Santo André. “Meu avô veio da Itália para Itu. Em 1895, nasceu meu pai e a família veio para Santo André por influência dos Fláquer”, afirma.

Segundo Almeida Barata, o que já foi publicado representa 10% do total recolhido em três décadas de pesquisa. “Temos material para publicar dicionários durante uns dez anos”, afirma. Para ele, seria até possível fazer uma obra só com sobrenomes alemães ou judeus portugueses, que também tiveram forte imigração ao Brasil, e um para libaneses e sírios. “Espanhóis, holandeses, poloneses, russos e outros talvez renda um dicionário único”, diz.

Junto com o Tomo II vem um CD-ROM reunindo os verbetes dos dois tomos, acrescido de um banco de imagens com 3.969 fotos, reproduções de assinaturas e documentos, brasões etc. Além disso, há o programa Origins, para quem quiser fazer a genealogia de sua própria família. A tiragem do Tomo II é reduzida, 3 mil exemplares, e o preço é elevado, R$ 300, incluído o CD-ROM, que não será vendido separado. Cerca de 2 mil exemplares serão doados para instituições públicas (bibliotecas, museus e universidades). O Tomo I está esgotado.




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