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Um Golf pra chamar de seu
Ivan Arasaki
Da Hp Press
29/09/2004 | 11:16
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"O carro é lindo. Você tem de ver. Está perfeito". Foi assim que Sérgio Delatorre, proprietário da oficina Equipe D, de Santo André, me convenceu a conhecer o VW Golf GTi 2002 totalmente tunado de Douglas Capato, ex-dekassegui (trabalhador no Japão) que investiu grande parte do que economizou para adquirir e equipar seu único carro. "No Japão, ele dizia que só haviam carros mexidos, e ele queria um desse. Foi aí que começamos a alterar as características do veículo", explica Delatorre.

O visual do carro, de fato, entusiasma. À primeira vista, saltam aos olhos os pára-choques, da Oettinger, moldados em fibra de vidro de tal forma que parecem estar aderidos ao carro. De longe, é possível afirmar que o Golf simplesmente não possui os pára-choques, que se fundem com a carroceria. "É um trabalho que foi feito aqui na oficina e dá muito trabalho", afirma Delatorre, orgulhoso com o resultado.

Na traseira, o esmero é de impressionar. O emblema da Volkswagen, que na dianteira deu lugar a uma nova grande, também deixou de existir na traseira. E não há vestígios de que houve um logotipo ali. O mesmo pode se dizer dos frisos laterais, que foram retirados. Como eles são parafusados, uma pequena reforma teve de ser realizada, à base de epóxi, solda fria e uma mão de tinta.

Há mais detalhes que chamam bastante a atenção. A começar pelo capô. O original deu lugar a outro, produzido de maneira artesanal em chapa de aço, escura, com o comprimento aumentado em cerca de três dedos para cobrir uma parte dos faróis "Angel Eyes" e dar uma aparência mais provocante ao carro. E deu certo, como você pode conferir pelas fotos.

Contudo, é embaixo do capô que está o grande destaque do carro: o motor, com quase 300cv que praticamente intimam o motorista a andar mais forte. Tanto que a velocidade máxima do Golf é estimada em 250 km/h. O propulsor, que já esbanja vigor, já teve uma potência ainda maior: absurdos 400cv! "A embreagem não durava nem uma semana! Aí o Douglas reduziu, não teve jeito", revela Delatorre.

Para chegar a essa cavalaria toda, o comando de válvulas foi trocado, a injeção eletrônica foi remapeada e foi instalada ali uma turbina Garrett, de funcionamento a 0,5 bar. O carro deixou de funcionar a gasolina e passou a beber apenas álcool, medida adotada para obter melhor queima de combustível com uma taxa de compressão elevada. E, para dar um toque final, foi colocado ali um nitro.

É claro que um veículo como esse tem de ter uma suspensão azeitada, com o objetivo de proporcionar velocidade e segurança para quem o conduz. Para tender à tarefa, foram colocadas molas esportivas da Eibach, que deixaram o Golf mais "colado" ao chão. Rodas aro 18 e pneus Yokohama 235/40 completam o sistema.

Se no aspecto externo o Golf não deve nada a ninguém, por dentro ele também não deixa a desejar. Embora, conforme diz Delatorre, ainda falte algo. "Quero mudar todo o painel. Esse será o próximo passo da reforma que faremos nele". Na verdade, alterar algo nesse carro é como procurar "sarna para se coçar". Afinal, ali no habitáculo há de tudo: relógios com marcador de turbo, altímetro, temperatura externa, de água e do óleo, além de manoplas e tapetes da W1, pedaleiras Momo e bancos esportivos de veludo San Marino.

E, no centro de tudo, reluz o painel de controle do sistema de som, um Pioneer Carrozeria, que conta com o auxílio de um subwoofer da marca Lanzar. "O Douglas tinha um DVD Player, mas como proibiram o uso dele durante o funcionamento do carro, ele achou melhor arrancar", conta Delatorre. Mas quem é que se importa em ver um filme a bordo com tanta potência para se aproveitar?




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