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Gabriel Braga: vampiro sedutor quer fazer papel de mocinho
Por André Bernardo
Da TV Press
07/12/2002 | 17:39
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Gabriel Braga Nunes se considera um tímido incorrigível. Daqueles que adoraria sair de casa e andar incólume pelas ruas. Mas desde que começou a interpretar o sedutor Victor, de O Beijo do Vampiro, ele tem conseguido despertar todo tipo de reação nas pessoas, menos a indiferença. Sempre aparece alguém dizendo uma gracinha qualquer sobre o vampiro bad-boy da novela das sete. “Outro dia, entrei numa farmácia e a vendedora, imediatamente, cobriu o pescoço com as mãos”, diz.

De fato, Gabriel passou a dar sustos involuntários. A primeira vítima desse paulistano discreto e reservado foi a própria empregada. O ator estava em casa, testando as próteses dentárias e as lentes de contato que deveria usar em cena, quando uma desavisada Dora resolveu aparecer.

Aos 30 anos, ele ressalva que não tem nada em comum com o personagem. Nem mesmo a sedução. De parecido, só o fato de ambos serem notívagos. “Aproveito minhas noites de insônia para decorar falas, fazer ensaios, estudar personagens... À noite sou mais criativo do que de dia”, afirma.

O vampiro da trama de Antônio Calmon, porém, não é o primeiro personagem do mal na galeria de Gabriel. Ele interpretou o inescrupuloso Olavo Ferraz de Anjo Mau, o mulherengo Augusto Neves de Terra Nostra e o trapaceiro Guilherme Nunes de Estrela-Guia.

Filho da atriz Regina Braga e do diretor teatral Celso Nunes, Gabriel não arrisca um palpite para explicar sua quase vocação cênica para a maldade. “Sempre gostei dos personagens que fiz na TV, mas o Victor me chama a atenção por ser diferente: o vampiro é sedutor, tem poder e é eterno...”.

TV PRESS – O Victor, de O Beijo do Vampiro, não é o primeiro personagem do mal que você interpreta na TV. A que você atribui isso?
GABRIEL BRAGA NUNES – Sinceramente, eu não sei, mas já havia me perguntado isso. Todos os que fiz até agora tinham um traço de desajuste moral. O Victor, porém, não tem disso. Ele é perfeito dentro da maldade que se propõe a fazer. Já os outros apresentavam algum deslize de personalidade. Alguns deles até que não eram necessariamente maus. Como o Augusto de Terra Nostra. Ele era um político íntegro que defendia o direito das mulheres. Infelizmente, tinha um fraco por italianas.

TV PRESS - Você não tem vontade de interpretar um tipo heróico de vez em quando?
GABRIEL - Sim. Morro de vontade de fazer um mocinho, um herói ou, quem sabe, um galã nos moldes tradicionais. Falo assim porque o Victor segue um padrão de comportamento que lembra muito o dos galãs. O Victor não titubeia quando vai dar um beijo na boca da Lara (Déborah Secco). Ele sabe o que quer, vai lá e dá. Isso é uma marca dos galãs – essa mistura de elegância com virilidade.

TV PRESS - Qual foi sua maior preocupação na hora de compor essa autêntica “criatura das trevas”?
GABRIEL - Eu não precisei quebrar muito a cabeça para compor o Victor. Ele tem uma história tão bem construída que eu posso me dar ao luxo de relaxar, ficar tranqüilo. A história já conduz o personagem por si só. Entre outras coisas, o Victor exerce bastante poder sobre as pessoas. Se eu começasse a tirar onda, poderia até enfraquecê-lo. Geralmente, as pessoas que têm muito poder não precisam demonstrar.




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