O retorno à sua residência, depois de três meses e meio de detenção em um lugar secreto e uma semana de hospitalização, melhora as condições de vida de Suu Kyi. Porém, a maior comemoração dela não foi pela meia libertação, mas pela possibilidade dela voltar a realizar atividades políticas.

Durante seu último período de prisão domiciliar, de 2000 a 2002, a dirigente opositora pôde iniciar, no final de 2000, discussões históricas com vistas a uma "reconciliação nacional" com a junta. Estas negociações fracassaram com a detenção de Suu Kyi e a repressão lançada contra seu partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND).

Embora esteja agora sob o mesmo regime de 2000, seu confinamento não a impedirá de receber emissários, como Razali Ismail, um enviado especial das Nações Unidas que chegará terça-feira a Yangun, sem falar dos oficiais de ligação da junta.

Neste sábado reinava uma calma total em torno da avenida da Universidade, onde vive Suu Kyi. Os serviços de inteligência militar bloquearam os dois acessos à avenida e se asseguraram de que nenhum visitante bateria à sua porta, com exceção de seu médico pessoal.

Nenhum dos órgãos de comunicação de Mianmar, todos implacavelmente censurados pelo regime, anunciou o retorno de Suu Kyi à sua residência. Mas como sempre, numerosos birmaneses foram informados dos últimos acontecimentos escutando emissoras de rádio estrangeiras.

Na véspera, o Departamento de Estado norte-americano estimou que a junta devia fazer mais, libertando Suu Kyi.