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Falta de kit deixa paciente na mão
Rita Norberto
Do Diário do Grande ABC
16/10/2003 | 00:17
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Quem precisa realizar o exame PCR (Reação em Cadeia Polimerase) Quantitativo – que mede a carga viral da hepatite C, indicando a quantidade de vírus no organismo, medida obrigatória para que o tratamento seja iniciado – não está conseguindo fazê-lo nas unidades de saúde de Santo André, São Bernardo e Diadema. O paciente recebe a informação de que o exame está suspenso por causa de um problema no Estado. O Instituto Adolfo Lutz estaria com falta de kits para o PCR. A Secretaria Estadual de Saúde afirmou nesta quarta que houve um problema com os kits em setembro, mas que os exames estariam sendo feitos “normalmente”.

Não é o que ocorre, por exemplo, no Centro de Especialidades de São Bernardo, que há 45 dias não faz coletas. O centro atribui o problema ao Estado. “Recebemos um ofício para suspender o PCR. Não sei se eles estão sem verba para a compra do kit ou se há disputa entre os laboratórios na Justiça, mas está parado. E este problema é geral, não é somente em São Bernardo, não”, disse o médico-chefe da Divisão do Laboratório do Centro de Especialidades Médicas de São Bernardo, Carlos Alberto de Oliveira. Segundo o médico, por causa do problema, em torno de 150 pessoas não realizaram a coleta no último mês e meio.

No CRT (Centro de Referência em DST-Aids) de Diadema, a situação é a mesma: até esta quarta, 12 pessoas aguardavam na fila para realizar o exame desde agosto, segundo a Prefeitura. A coleta para o PCR também está suspensa nos postos de saúde e no CHM (Centro Hospitalar Municipal) há cerca de dois meses, de acordo com a Prefeitura de Santo André. Embora a Secretaria Estadual de Saúde negue, o Diário apurou que houve orientação às unidades de saúde da região para que suspendessem a realização da coleta até que a situação do Estado fosse normalizada.

Quem não é atendido nas unidades públicas, onde o exame é gratuito, tem de procurar os laboratórios particulares, onde o exame é pago e não é barato. No Laboratório Slab, de Santo André, o PCR Quantitativo custa R$ 350 e fica pronto em 15 dias.

Normalizado – Em nota oficial, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou que houve “um atraso no processo de compra dos kits, o que dificultou a realização dos testes em tempo correto”. Mas, segundo a assessoria de imprensa do órgão, atualmente o Instituto Adolfo Lutz “está realizando normalmente os exames”. Até o fim deste mês, segundo a secretaria, os exames passarão a ser realizados pelo Hospital Israelita Albert Einstein, não mais pelo Adolfo Lutz, o que deve dobrar a capacidade de 120 por mês para 240 em todo o Estado. O diretor regional da DIR-2, órgão da Secretaria Estadual da Saúde, Edson Pedruzzi, não quis se pronunciar oficialmente sobre o assunto, antes de apurar as informações.




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