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Chuva de meteoros começa domingo
Por Do Diário do Grande ABC
12/11/1999 | 11:36
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Começa neste domingo a chuva de meteoros Leonídeas, que vai durar uma semana. O fenômeno ocorre sete vezes por ano, mas esta chuva é especial, pois será mais visível: a Lua ainda estará crescendo e a constelaçao de Leao, onde ocorrerá (daí o nome Leonídeas), é facilmente identificável nesta época, no céu do Hemisfério Sul.

"Na Regiao Sudeste, quem olhar para o leste (na direçao em que o Sol nasce) de madrugada verá luzes riscando o céu, cerca de 70 vezes por hora, com maior ou menor intensidade", afirma o editor de ciências do Museu de Astronomia do Rio (Mast), Alberto Delerue, que acaba de lançar o livro "Rumo às Estrelas", um manual prático para qualquer pessoa conhecer a geografia do céu. "É uma ótima oportunidade para fazer pedidos, porque serao várias estrelas cadentes aparecendo, durante uma semana, com maior intensidade nas noites de quarta e quinta-feira, quando a terra estará atravessando a regiao dos meteoros."

Cometa - Nao haverá nenhuma estrela caindo sobre a terra. O que ocorre de fato é a passagem da Terra pela rota de um cometa. No caso das Leonídeas, o cometa chama-se Tempel Tuttle e foi visto da Terra no ano passado. "O Tempel Tuttle deixou um rastro de resíduos sólidos e agora que a Terra volta mais uma vez a esse ponto, na sua rota em torno do Sol, esses resíduos sao visíveis", explica o diretor do Mast, Henrique Lins de Barros. "Eles aparecem como luz porque entram em combustao quando chegam a 100 quilômetros da Terra, já na nossa atmosfera."

Estudo - Os dois astrônomos garantem que o risco de um desses resíduos, chamados meteoróides, cair em regioes povoadas é ínfimo. Alguns meteoróides já caíram na Terra, mas nunca causaram vítimas, apesar de pesarem várias toneladas. Os meteoritos (nome que os meteoróides ganham depois da queda) sao, no entanto, uma ótima oportunidade para analisar o material de que sao feitos os cometas e para o avanço do estudo do universo.

"Se, no fim do século 19, a astronomia levava o homem a crer que ele era o centro do universo e o dominava, hoje sabemos que somos tripulantes de uma nave ínfima que precisa ser cuidada e preservada", comenta Barros. Segundo ele, foi a partir do Renascimento que astrologia e a astronomia se tornaram autônomas e só esta última continuou sendo considerada ciência exata, despida de qualquer elemento místico. Apesar disso, tanto Barros quanto Delerue nao abrem mao da antiga superstiçao. Prometem observar o fenômeno como cientistas, mas nao deixarao de fazer um pedido a cada estrela cadente. "E é preciso guardar segredo para ser atendido", avisa Barros.




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