Sharon disse estar determinado a aplicar seu plano apesar de uma demonstração de forças dos opositores ao projeto, que formaram uma corrente humana no último domingo. "Estou decidido a avançar com meu plano de separação porque é evidente que Israel não pode permanecer eternamente na Faixa de Gaza", declarou Sharon na noite de domingo para oficiais da Escola de Guerra.

O premiê destacou que não pretendia voltar a recuar em seu projeto porque, diante da falta de um plano diplomático de retirada, Israel "enfrentaria uma situação perigosa a partir de um ponto de vista econômico e da segurança". "Israel não pode em nenhum caso conservar todos os territórios ocupados desde a guerra de junho de 1967", reafirmou Sharon.

O dirigente israelense fez estas declarações após cerca de 130 mil manifestantes terem formado uma corrente humana de 90 km de comprimento unindo a Faixa de Gaza e a Cidade Velha de Jerusalém para deixar clara sua oposição ao plano.

Mais grave para Sharon, do ponto de vista político, foi a participação de cerca de mil membros do Comitê Central e de militantes do Likud, entre eles quase a metade dos deputados deste grupo de extrema-direita, na manifestação contra a inclusão de representantes trabalhistas no governo (um desejo do primeiro-ministro).

O principal orador era o ministro das Relações Exteriores, Sylvan Shalom, que lançou uma campanha contra a participação dos trabalhistas no governo.