Esportes Titulo Mundial
Governo acende luz amarela para Copa
Marta Teixeira
Do Diário do Grande ABC
12/02/2010 | 07:00
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A demora na finalização dos projetos de adequação e reforma dos estádios que irão receber os jogos da Copa do Mundo de 2014 já preocupam o Governo Federal. Ontem, o ministro do Esporte, Orlando Silva, admitiu o receio que os responsáveis não cumpram o cronograma estabelecido. Pelo caderno de encargos da Fifa (Federação Internacional de Futebol), a etapa de elaboração dos projetos termina em 28 de fevereiro e as obras devem ser iniciadas dia 1º de março. Mas até agora, nenhuma das 12 cidades envolvidas no evento finalizou o processo de aprovação.

"Fica aqui mais um alerta. Não é bom para o País iniciar a organização, não cumprindo prazos. Confesso que neste momento devemos acender luz amarela", disse Silva ontem, durante o Seminário Internacional Copa 2014.

O Governo Federal planeja investir R$ 19 bilhões no Mundial. Deste total, R$ 5,7 bilhões serão destinados às obras nos 12 estádios escolhidos para a Copa, por meio de empréstimos do BNDES.

O ministro evitou identificar em qual Estado o atraso é maior. "Os estágios são desiguais. Estou preocupado com o ritmo conjunto, prefiro não particularizar. A Copa será em 12 cidades e todas devem cumprir o cronograma", afirmou, colocando a capital paulista como principal candidata à cerimônia de abertura do Mundial.

Apesar do chacoalhão dado pelo ministro, o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, minimizou a preocupação. "Este processo é dinâmico, vamos sempre nos preocupar", rebateu, afirmando que o Estado não abrirá mão do evento. "Não é somente o Morumbi pelo São Paulo (Futebol Clube), é pelo Estado. O Rio de Janeiro também pensa em fazer a abertura da Copa. Já fez a Copa de 1950, o Pan (2007), fará a Olimpíada (2016), a final (da Copa)... Acho que está bom porque se não os brasileiros que vivem em São Paulo vão ficar alijados deste processo e nós vamos reagir."

Juvêncio também ironizou o interesse de outros Estados pela abertura. Lembrou que os sonhos brasilienses ‘fizeram água' por culpa do escândalo envolvendo o governador Eduardo Arruda e que Minas Gerais não tem estrutura hoteleira para o evento. "Brasília queria construir estádio de 70 mil espectadores quando a média de público é 5.000. No ano passado fui a Minas e jantei no (hotel) Ouro Minas, o cardápio diz: o único cinco estrelas de Minas Gerais. Como se faz Copa assim?"

Seminário termina com discursos otimistas

Apesar de o ministro do Esporte, Orlando Silva, reconhecer o receio que os prazos das obras nos estádios não sejam cumpridos (leia ao lado), o Seminário Internacional Copa 2014 terminou ontem, na Capital, com uma perspectiva otimista dos organizadores.

Durante três dias, as implicações econômicas e estruturais do evento foram apresentadas na Assembléia Legislativa de São Paulo. Mas sem deixar de abrir espaço na agenda para um pouco de tietagem. Como na quarta-feira, quando o atacante Ronaldo foi homenageado e lotou a galeria da casa (única vez que isto aconteceu).

Ontem, além da presença do ministro, a expectativa era pela participação do presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que seria homenageado, mas não compareceu.

Na tribuna, os temas principais foram o impacto da Copa para o turismo nacional, o esquema de segurança exigido pelo evento e a sustentabilidade ambiental na infraestrutura.

No período da manhã, o consultor de segurança José Vicente da Silva afirmou que a presença dos estimados 70 mil turistas não representarão grande desafio para a cidade. Apesar disso, não foram apresentados detalhes do plano de segurança, que deverá ser testado um ano antes da Copa.

No setor de turismo, o diretor de Produtos e Destinos da Embratur, Marcelo Pedroso, destacou a importância do evento para promover o Brasil no Exterior, incluindo também a divulgação dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

Para o diretor da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), Gilberto Lima, o País deve aproveitar o laço criado com a África do Sul em função da Copa 2010 para ampliar seu mercado.




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