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Base aliada chama Lula para assumir coordenação política
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16/04/2004 | 00:22
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo chamado a assumir a linha de frente da coordenação política de seu próprio governo. É o que defendem setores do Palácio do Planalto e da base aliada, especialmente o PMDB. Foi em meio à mágoa pelo distanciamento do presidente em relação ao partido e às queixas de maus tratos envolvendo não só o Planalto como ministros, governadores e líderes petistas nos Estados, que a cúpula peemedebista jantou com Lula nesta quinta-feira, no Palácio da Alvorada.

Diante do clima de insatisfação geral, não havia no partido nenhuma expectativa de que o encontro solucionasse a crise de relacionamento entre governo e PMDB. Mas a iniciativa do jantar foi vista com bons olhos. "Nunca é tarde para corrigir rumos e, mais do que nunca, os fatos comprovam que este encontro é necessário", defendeu o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL).

A idéia é que Lula passe a atuar mais no contato pessoal com os parlamentares, assim como fazia seu antecessor Fernando Henrique Cardoso, quando a crise política se agravava.

"O presidente Lula precisa fazer esse gesto para apaziguar as bancadas, que estão muito nervosas", emendou Renan. O senador considera o presidente "insuperável" na relação com o PMDB por ser um líder carismático e envolvente. Mas nem todo o carisma presidencial será suficiente para liquidar as pendências com o PMDB, que vão além dos cargos prometidos ao partido e não nomeados.

Os peemedebistas avaliam que o governo deve ao partido postos-chave, como a presidência do INSS, reclamada pelo ministro da Previdência Social, senador Amir Lando (PMDB-RO). O ministro, que nesta quinta-feira revelou-se desanimado e ameaçou até a abandonar o posto, considera que formar sua equipe definitiva e pôr fim à transição é princípio de boa gestão.

Preocupados com a paralisia do governo, os dirigentes peemedebistas desembarcaram no Alvorada dispostos a cobrar mais ação do governo. "Não basta uma agenda de desenvolvimento; temos que estabelecer um cronograma para a execução das medidas", disse Renan, ao sugerir que o governo acate a redução das alíquotas dos impostos que incidem sobre os produtos da cesta básica, entre outras medidas que não comprometem os "pilares" da economia. "Podíamos trabalhar um pacto em torno desta agenda", sugeriu Renan, para quem a pauta poderia incluir também um código de defesa do usuário dos serviços públicos, que discutisse direitos e limites dos funcionários nos casos de greve.

O líder frisou que sua bancada tem 14 ex-governadores, três ex-ministros e um presidente da República - o senador José Sarney, e que todos querem ser ouvidos e ajudar o governo. "O PMDB sabe que é fundamental para a governabilidade, mas também sabe que tem que ter um papel na formulação do governo porque tem experiência de gestão, cultura de governo, quadros e quer ajudar mais."




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