Setecidades Titulo Estatísticas
Região tem 373 casos de sarampo

Nos últimos 12 dias, 177 pessoas foram diagnosticadas com a doença; Santo André e Mauá são os municípios com maior incidência

Flávia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
30/08/2019 | 07:00
Compartilhar notícia
Marcello Casal JR/Agência Brasil


A região contabiliza 373 casos de sarampo neste ano, sendo 177 apenas nos últimos 12 dias – média de 14 confirmações diárias. Com 170 registros, Santo André é o município com maior ocorrência, seguido por Mauá, com 74 incidências, e São Bernardo, com 54. Em Ribeirão Pires, Diadema e São Caetano são, respectivamente, 29, 26 e 20 pessoas infectadas. Rio Grande da Serra não forneceu dados até o fechamento desta edição.

Conforme determinação do Ministério da Saúde, a vacinação prossegue apenas para crianças entre 6 meses e 1 ano incompleto nas sete cidades. Santo André continua com a campanha de segunda a sexta-feira. Ribeirão Pires foi o município com maior índice (64,5%) de imunização do público-alvo – que era composto por pessoas entre 15 e 29 anos. Em seguida, São Caetano (58,1%), Mauá (40,8%), São Bernardo (33%) e Diadema (27,6%).

Segundo Patrícia Montanheiro, biomédica e coordenadora do Laboratório de Análises Clínicas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), um dos fatores que justificam a alta nos casos da doença no Grande ABC é a baixa imunização. “O principal boato que leva as pessoas a terem medo é o de que a vacina estaria ligada ao nascimento de crianças autistas, mas isso não é verdade e já foi comprovado cientificamente”, esclarece.

“O sarampo é extremamente infectocontagioso e isso também agrava o cenário. O vírus é transmitido por gotículas, ou seja, pode ser passado de diversas maneiras, como tosse, toque e beijo”, explica a especialista. Ela destaca que mesmo quem ainda não apresentou os sintomas – febre, manchas avermelhadas na pele, tosse persistente, mal-estar e irritação nos olhos – pode transmitir a doença. 

O período de incubação do vírus é de, aproximadamente, cinco dias. Ao apresentar o primeiro indício da enfermidade, a orientação é ir imediatamente para o pronto-socorro. “Não tem tratamento específico, o sarampo é combatido apenas por anticorpos, por isso a importância da vacina”, salienta Patrícia.</CW> 

NA CAPITAL

Na quarta-feira, a Capital registrou a primeira morte por sarampo no Estado de São Paulo em 2019 – a cidade tem 2.457 casos confirmados, conforme o último balanço, divulgado na terça-feira. A vítima era um homem de 42 anos que não tinha registro de vacinas e possuía vulnerabilidade para infecções.

Vale lembrar que o Brasil chegou a ficar quase cinco anos sem casos. A primeira pessoa infectada após o período foi em fevereiro do ano passado. Inclusive, o País perdeu, em março, o certificado de erradicação da doença, concedido pela Opas (Organnização Pan-Americana de Saúde), em 2016.</CW>

Patrícia afirma que não é possível prever o fim do surto de sarampo. “Tudo depende da população se conscientizar e, com isso, voltarmos a ter altos índices de vacinação, mas, para voltarmos aos patamares que estávamos, pode levar pelo menos dez anos”, destaca a profissional da USCS. (com Estadão Conteúdo).




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;