A festa de abertura da Olimpíada de Atenas só acontece na sexta-feira, mas, na prática, os jogos já começam nesta quarta. E com o Brasil em campo. Cheias de ansiedade e desejo de vencer, as meninas que representam o futebol nacional em Atenas estréiam contra a Austrália às 12h (de Brasília, com ESPN Brasil e Bandeirantes). O Grande ABC tem sua representante na modalidade, a atacante Cristiane, que segundo seu técnico na equipe do São Bernardo, Luiz Carlos Campioto, está mais motivada do que nunca. “Apesar da grande ansiedade, que é natural, Cristiane e o grupo estão bem fortes e capacitados para vencer”. Depois desta partida, o Brasil enfrentará os Estados Unidos, no sábado, e a Grécia, na quarta-feira da próxima semana.

O time comandado por Renê Simões está atrás de uma medalha de ouro inédita para o país, e Campioto acredita que o Brasil pode levar a melhor em Atenas. “Eu conheço o trabalho do Renê e sei o quanto ele é profissional. Por isso, acho que a equipe pode trazer uma medalha de ouro”, disse o treinador de São Bernardo. Além disso, a seleção também conta com um ótimo clima entre as jogadoras, que estão sempre muito unidas. “Elas sabem trabalhar em grupo, com respeito e confiança”.

Para Campioto, as jogadoras voltarão ao Brasil com uma experiência a mais na bagagem. “As meninas vão adquirir mais conhecimentos sobre os Jogos Olímpicos, além de estarem em uma Vila Olímpica com grandes jogadoras, como as norte-americanas e as australianas. Estes dias serão inesquecíveis para elas”, comentou.

A classificação para a Olimpíada veio depois do ouro no Pan-Americano de Santo Domingo. A equipe conseguiu a vitória graças ao gol marcado pela atacante Cristiane na prorrogação da partida contra a Argentina e, agora, está entre as melhores do mundo. E para o jogo desta quarta, o problema maior será a altura das atletas australianas e suas jogadas aéreas. Nas Olimpíadas de Atlanta-96 – a primeira com futebol feminino – e Sydney-2000 a seleção feminina ficou na quarta posição.

Depois de cinco meses de preparação, o time finalmente chegou ao peso ideal. A preocupação com os quilinhos a mais era real. Em março, quando as jogadoras se encontraram pela primeira vez depois do Pan-Americano, não havia nenhum acompanhamento médico. Imediatamente foi feito um trabalho de emagrecimento em todas as atletas e, logo em seguida, elas já mostraram vitalidade nos treinos realizados na semana passada. “Geralmente, a velocidade média da mulher no futebol é de 12,5 km/h. Nosso time atingiu 14 km/h (em média)”, disse Rogério Neves, fisiologista da seleção. “A Roseli conseguiu perder oito quilos. A Mônica e a Andréia, seis. Elas emagreceram sem parar de comer, simplesmente passaram a fazer quatro refeições de qualidade por dia. Aprenderam a olhar o cardápio, e a saber o que faz bem”, completou.