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S.Bernardo é primeira cidade a usar biometria facial em ônibus

Equipamento foi instalado em 210 coletivos; de 60 a 90 dias, outros 215 ônibus receberão câmeras

Aline Melo
18/07/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


A Prefeitura de São Bernardo lançou ontem, no Terminal Rodoviário João Setti, sistema de biometria facial para evitar fraudes nos cartões que dão direito à gratuidade no transporte coletivo municipal. O serviço, instalado pela concessionária SBCTrans a um custo de R$ 3 milhões, é o primeiro da Região Metropolitana de São Paulo a entrar em operação. 

De acordo com o prefeito Orlando Morando (PSDB), o custo mensal com as viagens gratuitas é de R$ 2 milhões. “Estimamos que de 5% a 10% das viagens sejam fraudes, ou seja, a pessoa que usa o cartão não é o beneficiário”, explicou. A economia pode ser de R$ 100 mil a R$ 200 mil ao mês. A estimativa é que 1 milhão de viagens mensais sejam gratuitas. 

Atualmente existem 498 mil cartões de transporte na cidade, dos quais 131 mil dão direito às viagens gratuitas. O sistema já está instalado em 210 dos 425 coletivos da frota municipal. A identificação será feita por meio de reconhecimento facial no momento do uso do cartão na catraca do ônibus. A foto que consta no cartão será comparada com o rosto de quem o estiver usando, por meio da análise de 24 pontos no rosto. “Caso seja identificada alguma anomalia, o munícipe será comunicado em até dez dias e terá mais dez para procurar o posto Cartão Legal e apresentar a justificativa”, detalhou Morando. O cartão ficará bloqueado durante esse período. Comprovada a irregularidade, o benefício poderá ser cancelado.

“Todo o histórico das imagens registradas pela câmera será apresentado quando o morador for fazer a sua justificativa”, destacou o prefeito. “A gente não descarta a hipótese de um roubo do cartão, de o beneficiário ter sido furtado. Tanto que a primeira notificação será de anomalia no uso, não exatamente de fraude”, pontuou o chefe do Executivo.

A diretora executiva da SBCTrans, Milena Braga Romano, afirmou que em um prazo de 60 a 90 dias os outros coletivos da frota estarão com o sistema instalado. “Estamos fazendo aos poucos porque o ônibus precisa sair de circulação. Essa tecnologia já existe em países da Europa e também nos Estados Unidos. Na cidade de São Paulo, alguns coletivos circulam com sistema semelhante, mas em fase de teste. Em São Bernardo é a primeira operação efetiva”, declarou. 

O pedido para a implantação do sistema foi feito pela administração municipal. Em Jacareí, no Vale do Paraíba, e em Santos e Praia Grande, no Litoral paulista, os coletivos já contam com biometria facial.

“Todos os beneficiários do cartão já foram devidamente cadastrados. O que não existia, ainda, era a câmera embarcada nos coletivos para conferir as identidades”, detalhou o prefeito. “No momento de recebimento do cartão, o munícipe assina um termo se comprometendo a não ceder o benefício a terceiros. É esse tipo de situação que queremos evitar”, concluiu. 

O presidente da ETCSBC (Empresa de Transportes Coletivos de São Bernardo), Ademir Silvestre, declarou que a médio e longo prazos, com a redução no repasse da administração para a empresa, é possível pensar em um reajuste menor para a tarifa. “Na medida em que a gente tem uma projeção mais real dos custos, podemos calcular melhor a necessidade de aumentos”, finalizou. 




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