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Grande ABC contabiliza 450 uniões estáveis homoafetivas

Desde 2013, casamento formal entre pessoas do mesmo sexo é autorizado pelo CNJ

Bianca Barbosa
17/06/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Pesquisa da central de dados dos cartórios de notas de todo o Brasil mostra que, nos primeiros cinco meses de 2018, foram oficializadas 735 escrituras declaratórias de união estável homoafetiva no País. São Paulo é responsável por 18% do montante, ocupando o primeiro lugar no ranking nacional. Desde a Resolução 175/13 do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que passou a autorizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo perante a lei, foram unidos 450 casais na região.

Um deles é formado pelas pedagogas Lélia Batista Alves, 55 anos, e Dejanira Moyses, 54, moradoras de Diadema. Para elas, o casamento, em 24 de julho de 2016, foi um dos momentos mais bonitos de suas vidas. As duas, que se conheceram em meados de 1990, época em que eram vizinhas e amigas, conseguiram oficializara a união depois de 17 anos juntas. “Casamos no cartório e realizamos cerimônia religiosa com a participação dos familiares e amigos”, diz Dejanira.

Segundo Lélia, amor, felicidade e companheirismo elas têm de sobra. A pedagoga acredita que encontrar Dejanira tenha sido algo relacionado a outras vidas. Elas dizem que uma sabe o que a outra está pensando só de olhar. “Se tivesse de recomeçar, faria tudo de novo, do mesmo jeitinho”, revela.  

Os empresários Jairo Barros de Andrade, 36, e Adriano de Sousa, 36, se casaram antes mesmo da resolução do CNJ ter sido publicada, em 2010. “Estamos juntos há oito anos. Encontrar o amor da minha vida foi maravilhoso. Depois de tantas decepções, enfim a felicidade”, destaca Andrade. Além do casamento em cartório com a mãe, irmã e o padrasto de Jairo como testemunhas, foi realizada festa para 40 convidados.

O casal mantêm bar voltado ao público LGBT em Santo André e comemora a união. “Conseguimos criar frutos juntos. Temos dois estabelecimentos, duas casas e cada vez construímos mais coisas juntos.”

RUMO AO ‘SIM’
Há também quem sonhe com o dia do ‘sim’, mesmo após 20 anos de união, cinco filhas e até uma neta. Os cabeleireiros Ivan Batista Ferreira, 41, e Luiz Fernando Albertino, 36, pretendem se casar em novembro.

“Nos víamos todos os dias, mesmo eu morando em Araçoiaba da Serra e ele em Sorocaba (Interior do Estado). Por essa questão, resolvemos morar juntos”, relata Ivan. Embora o preconceito fosse “enorme”, os dois superaram os obstáculos. “Diziam que dois homens não tinham capacidade de cuidar de uma criança”, se emociona. No entanto, eles adotaram cinco.

A família se mudou para o Grande ABC em 2001. Além da primogênita Tainá, hoje com 20 e que já tem uma filha, tiveram Isis Valentina, 2, com a ajuda da cunhada de Jairo, que foi ‘barriga de aluguel’. Adotaram ainda Ingrid, 12, e Nicoly, 10. O clã aguarda, agora, a chegada da caçula, Isadora, 1 ano e 2 meses. “A família cresceu. Muita gente critica nossa atitude, mas as meninas são a nossa alegria”, afirma Ivan.

ORGULHO GAY
No dia 28, será celebrado o Dia Internacional do Orgulho Gay. Segundo Marcelo Gil, fundador da ONG ABCD’s (Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual), a data é oportunidade de cobrar o fim da homofobia. “Campanhas por respeito e que trabalhem a diversidade deveriam ser exploradas pelo governo.”




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