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Antidepressivos são inócuos no tratamento da anorexia nervosa
Por Da AFP
13/06/2006 | 17:32
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Os antidepressivos podem ser inócuos no tratamento da anorexia nervosa, revelou um estudo americano publicado nesta terça-feira.

"As descobertas atuais, juntamente com as de estudos publicados anteriormente, indicam que a prática comum de prescrever medicamentos antidepressivos provavelmente não traz benefícios substanciais para a maioria dos pacientes com anorexia nervosa, tanto quando estão abaixo do peso ou com ganho de peso imediato", disse Timothy Walsh, o principal autor da pesquisa, concluída em um estudo publicado no Jornal da Associação Médica Americana.

A anorexia é uma desordem alimentar que afeta principalmente mulheres jovens que temem de forma obsessiva o excesso de peso e abusam das dietas, levando-as à hospitalização e às vezes, à morte.

Uma em cada 200 mulheres de países em desenvolvimento já desenvolveu algum estágio da doença, que tem uma das taxas de mortalidade mais altas e a maior taxa de suicídio de qualquer doença psiquiátrica, segundo informações de background citadas em um editorial que acompanha o artigo.

O tratamento também é geralmente sem sucesso: de 30% a 50% dos pacientes precisam ser novamente hospitalizadas no prazo de um ano depois do ganho de peso.

A ansiedade e a depressão associadas levaram ao uso de vários diferentes tratamentos medicamentosos, embora a maioria dos estudos tenha demonstrado que eles não previnem reincidências.

Este último estudo foi o maior do tipo, realizado com 93 mulheres com idades entre 16 e 45 anos, que recuperaram o peso normal através da hospitalização. As pacientes foram submetidas a 12 meses de terapia cognitiva comportamental e receberam aleatoriamente um placebo ou o antidepressivo fluoxetina, que também é conhecido como Prozac e tem mostrado auxílio no tratamento da bulimia, um outro distúrbio alimentar.

O estudo descobriu que virtualmente não há diferenças no resultado entre as pacientes.

"De acordo com estes dados, os esforços terapêuticos deveriam estar mais voltados para intervenções psicológicas e comportamentais para as quais há alguma, embora modesta, evidência de eficácia", escreveram os autores. "Obviamente são necessárias pesquisas futuras sobre a utilidade de novos tratamentos psicológicos e medicamentos psicotrópicos e não-psicotrópicos", concluiu.




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