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A vida, e o que há para melhorar no cinema
Melina Dias
Do Diário do Grande ABC
06/10/2008 | 07:01
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Com um frescor democrático, começa hoje, em São Paulo, a 3ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, promovida pela SEDH/PR (Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República). Só entram na programação obras audiovisuais que abordam questões referentes aos direitos humanos, a safra recente dos países sul-americanos. Em outras palavras, o público verá situações nem sempre agradáveis, mas urgentes.

A curadoria desta vez é de responsabilidade de Francisco César Filho, o Chiquinho, cineasta e experimentado produtor cultural.

Hoje, a abertura é somente para convidados, com presença do ministro Paulo Vannuchi, da SEDH/PR. A partir de amanhã, o público pode conferir com entrada franca a programação que será exibida também em Curitiba, Salvador, Fortaleza, Brasília, Teresina, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre, Belém, Belo Horizonte e Goiânia.

A idéia é apresentar um mosaico de filmes contemporâneos - como o longa-metragem inédito comercialmente Deserto Feliz, de Paulo Caldas, e a série Marco Universal - Direitos Humanos: A Exceção e a Regra, com episódios assinados por Eduardo Escorel, Sandra Kogut, Tetê Moraes, João Jardim e Kiko Goifman, entre outros.

Há ainda uma retrospectiva histórica que destaca obras de Luis Buñuel, Fernando Birri e Fernando Meirelles.

A produção do evento ficou a cargo da Cinemateca Brasileira e do Sesc São Paulo. Haverá ainda uma homenagem ao coletivo argentino Cine Ojo, que há 22 anos produz premiados documentários de criação voltados às questões dos direitos humanos.

No site oficial do evento (www.cinedireitoshumanos.org.br) está a programação completa, endereços das salas e sinopse dos filmes.

O tal do frescor democrático é devido à primeira vez em que a escolha dos filmes contemporâneos também é feita por meio de convocatória, diferentemente das edições anteriores, nas quais o convite para participação foi feito exclusivamente pela curadoria.

Nessa seleção, foram inscritos 182 trabalhos, de 11 países e de 12 Estados brasileiros. Todos os filmes foram vistos pelo curador do evento.

Haverá uma sessão bastante especial, sob o conceito da acessibilidade. O longa-metragem Os Esquecidos, de Luis Buñuel, terá sessão com audiodescrição, para pessoas com deficiência visual e videntes. Explica-se, mesmo quem enxerga será vendado para acompanhar a exibição ao lado dos deficientes, por meio da descrição de um técnico. É uma inversão de valores, já que geralmente, os deficientes recebem fones de ouvido para acompanhar o filme.




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