O foragido da Justiça Jefferson Jorge Bernardo, 23 anos, que atropelou 17 pessoas na madrugada do último dia 16, em frente a uma boate na Vila Olímpia (Zona Sul de São Paulo), apresentou-se nesta sexta-feira à polícia para prestar depoimento. O vendedor aproveitou a lei eleitoral, que proíbe a prisão de eleitores até o dia 2, para aparecer na delegacia sem ser preso.

Acompanhado por seu advogado, Edson Keiti Sato, e por integrantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o atropelador chegou às 10h30 ao 96º Distrito Policial, em São Paulo.

O delegado Dejair Rodrigues, que colheu o depoimento de Bernardo, disse que o foragido reafirmou a tese de falha nos freios do veículo Voyage na ocasião do atropelamento. O vendedor também voltou a dizer que não estava embriagado quando ocorreu a tragédia.

O delegado acrescentou que Bernardo foi reconhecido pelas duas vítimas de um assalto ocorrido em Moema (Zona Sul da capital) poucos dias antes do atropelamento. A acusação de participação no assalto motivou um pedido de prisão temporária contra ele, que já tinha a prisão preventiva decretada em virtude do atropelamento.

Amparo legal - Indiciado por homicídio doloso (assumindo o risco de matar), fuga e lesão corporal, Bernardo chegou a ser preso por causa do atropelamento do dia 16, que vitimou a estudante Priscila Maria dos Reis. Mas ele foi liberado por determinação da juíza Kenarik Boujikian Felippe.

No dia 20, porém, a Justiça decretou a prisão de Bernardo novamente, desta vez por causa do assalto em Moema. Um casal afirma que teve seu Honda Accord roubado por ele e mais dois homens armados na esquina das ruas Macoembu e Tupinás. Bernardo nega participação no assalto.

O delegado Rodrigues, em entrevista à Rádio CBN, assegurou que a polícia vai se empenhar na captura de Bernardo depois que terminar o período de anistia determinado pela lei eleitoral.