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David Byrne repassa carreira em show em SP
Por Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
07/10/2004 | 09:42
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Ex-líder de uma das bandas mais aclamadas e influentes do pop norte-americano, David Byrne faz nesta quinta apresentação única no Tom Brasil Nações Unidas, em São Paulo. O escocês de 52 anos aporta no local acompanhado pelo grupo The Tosca Strings, com o objetivo de mostrar faixas de seu novo disco, Grown Backwards e sucessos de seu antigo grupo, o Talking Heads. Até a tarde desta quarta, ainda havia ingressos para todos os setores.

Dono de um estilo marcado por influências sonoras múltiplas, Byrne desta vez apresenta o que a crítica vem apontando como um dos mais refinados de seus trabalhos desde que abandonou o Heads, em 1989.

Em Grown Backwards, o artista insere tanto uma interpretação para The Man Who Loved Beer, de Kurt Wagner, do Lambchop, quanto árias de óperas de Bizet e Verdi. É um disco que, pelos vários personagens apresentados nas letras e encarte, faz lembrar álbum e filme True Stories, feitos pelo Heads em 1986 (que inclui o hit Wild Wild Life).

O inusitado sempre foi uma marca no trabalho do Talking Heads, que sacudiu os pilares do pop rock norte-americano desde seu primeiro disco, Talking Heads: 77, lançado em 1977, O álbum era de um pop sofisticado, composto pela guitarra econômica de Byrne e Jerry Harrison, poucos recursos eletrônicos e influências múltiplas somadas a letras insólitas criadas pelo líder. É desse repertório que pertence o hit Psycho Killer.

Formado por Chris Frantz (bateria), Tina Weymouth (baixo), Byrne e Harrison o grupo iniciou uma prolífica parceria com o compositor e produtor Brian Eno. O primeiro "filhote" foi More Songs About Buildings and Food (1978), no qual regravaram Take me To The River, de Al Green. Os outros dois foram Fear of Music (1979) e Remain in Light (1980). A parceria terminou com o lançamento do bem-sucedido Speaking in Tongues (1983), logo após o ao vivo The Name of This Band is Talking Heads (1982).

Stoping Make Sense (1984), com vídeo e disco foi o seguinte. Quem não lembra de Byrne vestindo um terno de ombreiras enormes que faziam sua cabeça parecer pequena, no clipe de Burning Down the House? Depois, veio o mais pop, Little Creatures (1985), e True Stories (1986). Em 1988, foi lançado o derradeiro e aclamado Naked (1988), em que o Heads, mais que nunca, incorpora o som étnico desejado pelo líder.

Naked foi feito pouco tempo depois do escocês passar pelo Brasil, de onde saiu com a bagagem cheia de discos de artistas brasileiros de diversos gêneros. Já em carreira solo, criou o selo Luaka Bop, pelo qual vem lançando talentos de várias partes do mundo. Um deles foi Tom Zé, o qual, não fosse Byrne, talvez tivesse caído em um injusto esquecimento.

David Byrne - Show. Nesta quinta, às 22h. No Tom Brasil Nações Unidas - r. Bragança Paulista, 1.281. Tel.: 2163-2000. Ingr.: 120 (camarote), R$ 100 (vip), R$ 90 (frisas), R$ 80 (setor 1), R$ 70 (setor 2), R$ 60 (setor 3 e cadeiras altas).




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