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PM fecha o cerco na Tamarutaca
Por Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
29/08/2005 | 08:22
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A Tropa de Choque da Polícia Militar começou no domingo uma grande operação nas favelas Tamarutaca, na Vila Guiomar, em Santo André, e Jardim Elba, na zona Leste da capital, divisa com o município. Segundo a polícia, as duas favelas concentram os maiores índices de criminalidade do Grande ABC, especialmente tráfico de drogas e desova de veículos furtados e roubados.

A operação, denominada Operação Saturação por Tropas Especiais, conta com 400 policiais, 50 veículos, um helicóptero Águia e deve durar, no mínimo, três semanas, durante 24h, de acordo com o comandante do Policiamento de Choque, coronel Joviano Conceição Lima.

O objetivo da PM é realizar patrulhamentos constantes para apreender drogas, armas ilegais, prender pessoas fugitivas de cadeias ou procuradas pela Justiça, além de fornecer à população maior segurança.

Bases provisórias, feitas com lonas, foram instaladas dentro das duas favelas e servirão como centros de comando das operações em cada local. Integram as ações unidades de elite da Tropa de Choque, como o COE (Comando de Operação Especiais), Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), Cavalaria e Unidade de Canil, com cães treinados especialmente para encontrar drogas.

Os policiais chegaram nas duas favelas às 6h de ontem e cercaram todo o perímetro delas, com atenção redobrada nas principais entradas e saídas. Até as 18h de ontem, o balanço da operação na favela Tamarutaca foi o seguinte: 126 pessoas revistadas, 13 motos e nove carros vistoriados e um homem detido por porte de seis gramas de maconha, que foi conduzido até o 4º DP de Santo André.

Na favela do Jardim Elba, os policiais revistaram 334 pessoas, vistoriaram 26 carros e 22 motos, apreenderam 104 papelotes de cocaína e 16 gramas de maconha. Cinco carros foram multados por irregularidades.

"A princípio, vamos ficar nas duas favelas pelo menos durante três semanas. Poderá ser um tempo maior conforme a demanda do trabalho e a receptividade da população. Esperamos realizar um bom trabalho e contribuir para a diminuição da criminalidade, pois as duas favelas são pontos críticos de ocorrências", afirmou o coronel Lima.

Segundo o oficial, a elaboração da operação foi da Secretaria de Segurança Pública em conjunto com o comando-geral da PM. A primeira favela a ser ocupada foi a Paraisópolis, na zona Sul de São Paulo. Até 18 de agosto, em um período de 40 dias, os policiais ficaram permanentemente na favela.

"O saldo dessa primeira experiência foi extremamente positivo. Apreendemos um número expressivo de drogas e armas. Até granadas encontramos lá. Tivemos uma receptividade muito boa da população. As pessoas de bem passaram a circular com maior freqüência pela favela e até as vendas dos comércios aumentaram, segundo informaram diversos comerciantes", disse o coronel.

O soldador Irineu José Lisboa, 49 anos, mora há 12 anos na favela Tamarutaca. No início da manhã ontem, ele assustou-se com a presença dos policiais militares perto de sua casa. Depois, sentiu-se mais seguro. "Nunca vi tantos policiais por aqui. Eu aprovo totalmente o que eles estão fazendo. Precisamos de mais segurança. Estou cansado de ver tráfico de drogas e jovens consumindo cocaína e maconha. Acho que agora isso vai parar", afirmou Lisboa.

A opinião é compartilhada pelo aposentado Vicente de Santos Almeida, 74 anos, 35 deles vividos na Tamarutaca. "Estava na hora de a polícia agir. Aqui os bandidos dominam e há muito consumo de drogas."




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