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Guarda Civil é executado com tiro na nuca em São Caetano
Willian Novaes
Do Diário do Grande ABC
30/08/2010 | 07:24
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"Pelo amor de Deus, não faça isso." Essas foram as últimas palavras de um guarda civil municipal antes de ser executado a sangue frio com um tiro na nuca em São Caetano. O crime ocorreu por volta das 5h30 de ontem, no bairro Barcelona.

Mario Luiz dos Santos, 45 anos, morreu ao tentar evitar que um ladrão roubasse um carro que estava estacionado na frente da sua casa, na Rua Joana Angélica.

Ainda fardado, Luiz (como era conhecido na GCM), estacionou seu carro em frente à residência, como fazia todos os dias para abrir a garagem, no momento em que chegava do serviço.

Segundo vizinhos e companheiros da GCM, Luiz observou um homem dentro de um Corsa prata, foi até o local e rendeu o bandido. Deu voz de prisão e, no momento em que colocaria a algema no sujeito, outro ladrão o rendeu por trás e colocou uma arma na sua cabeça.

"Houve discussão rápida e deu para ouvir ele pedindo para não morrer. Depois, o tiro", conta um vizinho que pediu para não ser identificado.

O crime está sendo investigado por policiais civis da 1ª Delegacia da cidade. Até o começo da noite de ontem, ninguém havia sido preso.

Os GCMs estavam tristes e nervosos com as orientações que receberam dos superiores para não falar sobre o caso. "Um colega morre na porta de casa e a primeira orientação que recebemos é de ficar quieto, fingir que não aconteceu nada", conta um inspetor.

A Prefeitura de São Caetano informou que essa medida é para não criar especulações sobre o caso.

Os moradores da Rua Joana Angélica reclamam dos roubos constantes de veículos e de aparelhos de som. "Sempre roubam carros por aqui. É complicada essa falta de segurança", reclamou o motorista Valdir Tondato, 70.

Os amigos, vizinhos e familiares lembram primeiro do jeito tranquilo que Luiz lidava com todos.

Segundo a prima de Luiz, Cristina Paiva, 45, o guarda era um sujeito que não tinha inimigos. "Parecia que estava sentindo alguma coisa. Isso é muito triste para a nossa família, que vem sofrendo muito ultimamente", lembra.

Há sete anos na GCM, Luiz deixou a cidade de Itu, no interior de São Paulo, para se dedicar à nova profissão. Ele estava separado da sua mulher e vivia sozinho em São Caetano. O guarda deixou dois filhos, um menino de 12 anos e uma menina de 4. O guarda será enterrado hoje, às 10h, no Cemitério das Lágrimas.




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