As últimas notícias referentes ao setor automobilístico não foram animadoras. A principal delas, o anúncio da Ford sobre o fim da fabricação de veículos no Brasil, fechando as unidades de Taubaté, em São Paulo, Camaçari (Bahia) e Horizonte (Ceará). Antes dela, a Mercedes-Benz comunicou a descontinuidade da montagem de seus automóveis de luxo em Iracemápolis, também no Interior paulista.
Alguns fatores já conhecidos, como o chamado ‘custo Brasil’ e a necessidade da aprovação de reformas, foram potencializados pela chegada do novo coronavírus. A pandemia intensificou a crise mundial, interrompeu a produção e quando as linhas voltaram a funcionar, cheias de protocolos e cuidados para a não transmissão da Covid-19, descobriu-se que faltavam peças para que os veículos pudessem ser devidamente fabricados.
Em meio a todo esse cenário de incertezas, o presidente da Volkswagen no Brasil e América Latina, Pablo Di Si, pormenorizou o segmento, além de fazer projeções para o futuro, que inevitavelmente passa pela modernização e eletrificação da frota.
O executivo argentino refutou a necessidade de incentivos governamentais para a atividade. Entretanto, cobrou das autoridades a redução dos impostos que incidem sobre o produto. Segundo ele, no preço final de um veículo estão embutidos entre 53% e 54% de tributos. Se essa carga fosse diminuída, logicamente o consumidor pagaria menos e poderia comprar mais.
Ele cobrou, ainda, dos governantes o estabelecimento de regras mais claras para que as empresas possam ter mais tranquilidade de investir no desenvolvimento de novas tecnologias. Entre as quais os veículos elétricos, que já são uma realidade em outros países, mas ainda incipientes nas ruas brasileiras.
Mas não basta ter o carro movido a energia limpa. É preciso que os compradores tenham onde conectar os fios e carregar as baterias. Só assim o setor poderá seguir adiante.