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Miley vive protagonista do filme Lola
Por Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
05/08/2012 | 07:00
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Divulgação


Traição, paixão pelo melhor amigo, primeira transa, problemas na escola, festinhas em casa, viagem com a turma e desentendimentos com os pais. Quem não viveu pelo menos um pouquinho de tudo isso? A protagonista de Lola, que estreia nos cinemas na sexta-feira (10), já.

Interpretada por Miley Cyrus, Lola volta às aulas do Wrigley High School com as melhores expectativas. Ela quer continuar o namoro com Chad e se divertir ao lado dos melhores amigos Janice, Emily e Kyle. Mas o primeiro dia de aula chega junto à primeira decepção: ela descobre a traição do namorado. É quando Lola finalmente percebe que pode se apaixonar pelo melhor amigo.

A garota também precisa enfrentar problemas em casa. Os pais são separados e Lola tem altos e baixos com a mãe Anne (Demi Moore). Ela descobre que adultos também têm segredos e que pode se decepcionar com eles quando, por exemplo, a mãe lê o seu diário.

O filme reúne romance, drama e comédia. É um pouco previsível, mas é impossível não se identificar. A própria Miley Cyrus tem muito da Lola. Além de se divertir no cinema, dá para aprender como melhorar a relação com os amigos e a família.

 

Confira dicas de boa convivência com os pais em entrevista coma psicóloga da PUC-SP Maria Cecília de Vilhena:

Como é para o adolescente vivenciar tantos conflitos ao mesmo tempo?

Os conflitos são inevitáveis nessa fase de tantas mudanças físicas, emocionais e sociais. O adolescente está entrando em um mundo que desconhece, sem saber quem ele próprio é, o que quer e o que esperam dele. No grupo de amigos ele procurará compartilhar essas questões.

O amigo é tudo para o adolescente? Por quê?

Porque é aquele que vivencia as mesmas indefinições que ele vive. Em muitos sentidos, o amigo funciona como um espelho no qual o adolescente pode se ver e se compreender. O grupo de amigos é uma forte fonte de definição da sua identidade.

Pais e filhos adolescentes podem ser amigos? De que maneira?

Sim, podem ser amigos, e devem ser. Mas os pais não podem esquecer de que são a referência mais sólida para os filhos - o que é importantíssimo nesse momento de tantas indefinições. Ser amigo do filho não significa esquecer quem se é como adulto.

A relação entre mãe e filha costuma ser mais difícil? Por quê?

É difícil generalizar isso. Tem-se a impressão de que a relação mãe-filha é mais difícil porque em geral a relação é mais próxima. Variáveis como rivalidade ou competitividade entre elas ou a expectativa da mãe de que a filha viva a vida que ela própria não viveu podem acentuar os conflitos.

Por que as ideias e opiniões de pais e filhos nessa fase divergem tanto?

O adolescente precisa se encontrar, saber quem é, definir sua identidade. A oposição ao que já está estabelecido no mundo dos adultos - representado principalmente pelos pais - faz parte desse processo.

Que dicas daria para amenizar os conflitos em casa?

O diálogo sempre é a melhor opção. Conversar com os filhos, esclarecer o que for possível, orientar quando necessário e tentar compreendê-los sempre foi, e continua sendo, a melhor receita. Um esforço em compreender, de fato ouvir, o que o adolescente diz é a base para que os conflitos sejam explicitados.

Quando os pais são separados a relação com o filho é mais complicada?

Não necessariamente. Sem dúvida o adolescente precisa de um ambiente doméstico estável, mas quando a relação entre o casal é insustentável, essa estabilidade fica comprometida. Nesse caso, o melhor é que se separem. No entanto, é fundamental que o filho não seja usado pelos pais para se agredirem ou ameaçarem.

Até que ponto os pais podem invandir a privacidade dos filhos?

A privacidade dos filhos deve ser respeitada - e eles devem ter a confiança de que isso ocorre. Entretanto, hoje o ambiente doméstico está sujeito a ameaças "invisíveis" via internet. Caso o  comportamento do adolescente indique que esteja em risco (uso de drogas, possibilidade de anorexia ou bulimia ou ainda abuso sexual), pode ser necessário investigar os sites que ele anda visitando ou eventualmente os e-mails e mensagens de texto recebidas. Isso feito, a situação deve ser imediatamente discutida com o adolescente e a presença de risco explicitada. Uma atitude franca sempre é recomendada. Invadir a privacidade do adolescente por mera curiosidade não se justifica.

É importante ter cumplicidade com os filhos?

Os pais não podem esquecer que são adultos e modelos para seus filhos, fontes de orientação e referências. Hoje em dia muitos adultos relutam em adotar esse papel, preferindo comportar-se como o próprio filho. Não é disso que o adolescente precisa em casa.

 




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