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Banco troca o nome da Pirelli Cabos
Por Clarissa Cavalcanti
Do Diário do Grande ABC
01/10/2005 | 07:43
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A Pirelli Cabos, uma das maiores do país em seu segmento e que tem unidade em Santo André, mudou de dono e de nome. Comprada pelo banco de investimentos norte-americano Goldman Sachs, agora se chama Prysmian Cables & Systems. O negócio foi fechado em junho por US$ 1,6 bilhão por meio do setor de investimentos do banco - a PIA (Principal Investment Area), que administra uma carteira de mais US$ 450 bilhões. O anúncio, entretanto, foi feito só agora no Brasil.

Segundo o presidente para a América do Sul da Prysmian, Mario Fernando Capalbo, os contratos, corpo gerencial e investimentos previstos de R$ 120 milhões serão mantidos nas três unidades, em Santo André, Jacareí e Sorocaba. Deste total, R$ 80 milhões serão destinados para a nova fábrica, que está sendo construída em Vila Velha, no Espírito Santo, destinada a desenvolver cabos especiais para a indústria petrolífera. A fábrica já tem negócios praticamente garantidos com a Petrobras e deve fornecer cabos para plataformas de exploração e prospecção de petróleo.

Capalbo anunciou ainda investimentos na unidade de Santo André de cerca de US$ 6 milhões para os laboratórios de alta tensão, materiais e cabos petroquímicos - sua capacidade produtiva atual é de 32 mil toneladas de cabos por ano. Segundo o presidente, o setor petroquímico deve crescer nos próximos anos e a unidade do Grande ABC deve exportar até 2007 cerca de US$ 30 milhões para os Estados Unidos. "Se a demanda aumentar, poderemos ampliar os postos de trabalho na região", afirmou.

Transição - A nova companhia herdará da Pirelli Cabos a liderança na produção de cabos, sistemas de energia e telecomunicações com 52 fábricas em 20 países e faturamento anual de 3,5 bilhões de euros. No Brasil, a empresa possui 25% do mercado e faturamento anual superior a R$ 850 milhões. Segundo o diretor de Vendas e Marketing, Humberto Duplat Paiva, o faturamento deste ano, ante 2004, deve crescer 16% e a estimativa é que em 2006 o número suba para 17%.

A italiana Pirelli anunciou a intenção de vender o segmento de cabos em 2001 para investir em outras áreas de interesse. O setor representava cerca de 45% dos negócios da multinacional. Para adquirir a divisão de cabos, o banco Goldman Sachs negociou dívidas de cerca de US$ 690 milhões; outros US$ 490 milhões foram para o caixa da Pirelli - a burocracia do negócio consumiu os restantes US$ 420 milhões. A partir de segunda-feira, a Prysmian começa uma campanha mundial de mídia,   mas ainda poderá usar o nome Pirelli por dois anos.

O Brasil continuará significativo nos negócios da empresa. A venda de cabos para telecomunicações e energia da América Central será comandada pela filial brasileira. A estimativa é de que a participação das exportações do país suba de 15% para 30% nos próximos anos. As fábricas nacionais também deverão receber R$ 22 milhões para desenvolvimento e pesquisa a partir de 2006. 




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