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MEC quer pressa na universidade federal da região
Por Andrea Catão
Do Diário do Grande ABC
21/06/2004 | 21:58
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Para que a universidade federal da região tenha aulas no primeiro semestre de 2005 é necessário, que o projeto de lei referente a sua implementação seja aprovado pelo Congresso Nacional até outubro. É o que afirmou o diretor de Desenvolvimento do Ensino Superior, da Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação, Manuel Palácios. Ele se reuniu nesta segunda com o grupo que discute o modelo da instituição no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. Palácios disse que no próximo encontro, que deve ocorrer em julho, é possível que o projeto esteja pronto para ser votado.

“O projeto ainda precisa ser detalhado, mas isso depende principalmente das lideranças da região, o que não quer dizer que vá ficar parado. As negociações podem caminhar em paralelo. Um dos pontos que deixei claro é que o setor produtivo deve ser incluído no processo, porque o ministério insiste na interação da universidade com as indústrias”, afirmou ele.

A prefeita de Ribeirão Pires e presidente do Consórcio, Maria Inês Soares, disse que o convite deve ser feito nesta semana aos representantes das indústrias e de outros segmentos. “Novamente vamos encaminhar o que tivermos de consenso, porque esse não é um projeto do governo ou da sustentação do PT, esse é um projeto da região, e todos os seus atores devem estar envolvidos”, afirmou. Ela disse que até o dia 5 de julho, data marcada para a próxima reunião do grupo, espera-se que os setores interessados já tenham encaminhado suas propostas. Depois disso, será feita nova reunião com o representante do ministério.

Dentre os pontos definidos nesta segunda está a sede da reitoria da universidade. Foi escolhido, em consenso, Santo André, que deve indicar uma área para construção. Porém, será mantida a proposta de multicampi, pedido feito pelos membros do consórcio e aceito pelo Ministério da Educação. O que o governo federal não abre mão é de que os cursos sejam voltados para a área tecnológica.

“A vocação ainda não está fechada, mas nossa primeira proposta é abrir centros em tecnologia (engenharias de produção e de ciências da computação), educação e serviço social, com pesquisas voltadas para essas áreas”, disse Palácios. Porém, de acordo com Maria Inês, esse é um ponto ainda a ser discutido. “Existem outras demandas que queremos incluir, a exemplo de turismo e gestão ambiental, o que nos foi informado ser possível acomodar depois (nos três centros sugeridos).”

Palácios afirmou que no projeto a ser apresentado não é necessário especificar todos esses pontos. “Nenhuma instituição tem a estrutura fechada, isso tiraria inclusive sua autonomia e a impediria de, no futuro, se adequar às novas exigências do mercado.” O deputado federal Ivan Valente (PT), que nesta segunda participou da reunião, disse que essas são exigências que, posteriormente, devem ser feitas ao governo. “O projeto em si é simples, mas são nas justificativas que devemos insistir para que a universidade tenha a totalidade de campos de conhecimento. Não podemos ter timidez. Vamos abrir com dois cursos, mas queremos avançar.”

Ele disse que o projeto de lei, ao ser encaminhado pelo governo, pode ser votado em dois meses caso seja apresentado em regime de urgência. “É necessário passar pelas comissões, embora, para acelerar o processo, é possível montar comissão especial, mas tem de ser encaminhado até agosto”, disse Valente.

O deputado estadual Orlando Morando (PL) acha difícil que a universidade esteja aberta para as aulas no primeiro semestre de 2005. “Tenho a certeza de que a universidade vai sair, mas não para o ano que vem. A discussão tem avançado pouco e estamos muito em cima da hora. Hoje (nesta segunda) tiramos muitas dúvidas, o que foi positivo, mas ainda temos de ouvir o setor produtivo e outros segmentos para avançar mais na elaboração do projeto.”




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