Dez dias depois de desmontar estrutura, cidade não conseguiu incluir no boletim epidemiológico todos os dados dos 8.000 moradores atendidos
Dez dias depois de desmontar o hospital de campanha, que dava suporte ao combate à Covid-19, a Prefeitura de Mauá ainda não apresentou os dados obtidos dos cerca de 8.000 pacientes que foram atendidos no equipamento provisório, que custou R$ 4,3 milhões aos cofres municipais e esteve imerso em investigações de superfaturamento. O número de usuários infectados ainda não foi incluído no boletim epidemiológico emitido diariamente pela cidade, o que gera subnotificação.
Em nota, a Prefeitura argumenta que ainda não conseguiu contabilizar o número de resultados positivos para incluir no boletim. “Estamos compilando todos os dados e haverá uma mudança significativa ao fim deste trabalho. O hospital de campanha apresentou o seu balanço após o encerramento das atividades. Vale lembrar que nele foram realizados mais de 8.000 testes e que a quantidade de confirmados está sendo parametrizada com os dados da vigilância epidemiológica. Estes dados tendem a se ajustar nos próximos dias”, informou a administração, em nota.
A situação gera desencontro de informações. No boletim epidemiológico divulgado ontem, por exemplo, a cidade divulga que tem 3.806 pacientes atendidos no hospital de campanha e que já estão livres do novo coronavírus, mas não inclui o número de contaminados. Com isso, somados aos 2.505 pacientes recuperados após internações na rede pública convencional, a cidade tem 6.311 altas médicas e apenas 2.945 moradores infectados, número 53,4% menor.
Situações como essas impulsionaram o vereador Fernando Rubinelli (PTB) a entrar com representação junto ao MP (Ministério Público) contra o prefeito Atila Jacomussi (PSB). Ele pede que seja investigada eventual prática de subnotificação de casos de Covid-19. A medida, de acordo com o documento formalizado no dia 22 de junho na Promotoria, tem o objetivo de corrigir o problema e ter diagnóstico preciso da real situação da cidade diante da crise sanitária. A ação segue em andamento no MP.
De domingo até ontem, segundo os dados enviados pela Prefeitura, Mauá acumula 14 mortes e 414 casos do novo coronavírus. No total, 250 moradores já perderam a luta para a doença.
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