O departamento de Segurança Interior dos Estados Unidos anunciou neste domingo a elevação do nível de alerta contra atentados terroristas - um perigo que está sendo altamente abordado pela imprensa do país. A classificação passará para "muito elevado" (laranja) em Nova York, Nova Jersey e Washington, continuando em "elevado" (amarelo) no restante do território.

O secretário Tom Ridge confirmou que prédios do governo, as sedes do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do BID (Banco Mundial), edifícios de bancos e a bolsa de valores de Nova York são alvos em potencial para ataques da rede Al Qaeda.

"A rede Al Qaeda quer nos intimidar", afirmou Ridge.

A elevação do nível de alerta confirmou o teor das reportagens veiculadas pela imprensa americana neste domingo. O jornal The New York Times e a TV ABC noticiaram que informações de inteligência apontam para sérios riscos de ataques contra alvos do setor financeiro de Nova York nos próximos dias.

O NYT informou na edição deste domingo que a polícia da cidade advertiu a administradores de edifícios e equipes de segurança que a atenção deve estar redobrada com movimentos suspeitos, especialmente com bombas que podem ser colocadas em caminhões e agentes químicos que podem ser infiltrados em sistemas de ventilação dos prédios.

Um agente citado pelo NYT afirmou que as agências antiterroristas federais estão preocupadas com a nova onda de informações sobre o risco de ataques terroristas. Segundo a televisão ABC, fontes no exterior confirmam que o perigo de atentados nos próximos dias é "bem mais sério" do que em ocasiões anteriores.

A ABC informou, citando fontes dos serviços de inteligência, que a rede Al Qaeda tentaria infiltrar terroristas não-árabes nos Estados Unidos pela fronteira com o México. A emissora lembrou o caso da paquistanesa Farida Goolam Mahomed Ahmed, 48 anos, que foi presa no aeroporto internacional McAllen (Texas) portando um passaporte sul-africano sem várias páginas, US$ 7 mil em dinheiro e uma passagem aérea para Nova York.

Um agente disse ao NYT que há suspeitas de que a mulher foi enviada para entregar uma mensagem ou documentos a alguém nos Estados Unidos. "A preocupação é que ela faça parte da equipe que pode atacar a cidade", disse o mesmo funcionário, que pediu anonimato.

A preocupação em torno de Nova York aumenta porque a cidade vai receber, entre 30 de agosto e 2 de setembro, a convenção nacional do Partido Republicano, que vai culminar no lançamento oficial da campanha de reeleição do presidente George W.Bush. O evento, que reunirá milhares de políticos, jornalistas e personalidades, é considerado um alvo em potencial para os ataques de terroristas.