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Crédito consignado força redução do juro nos empréstimos pessoais
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23/11/2005 | 00:06
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Os juros cobrados do consumidor em algumas modalidades de crédito seguiram trajetória inversa à da Selic (taxa básica da economia) nos últimos meses. Enquanto os juros oficiais subiram 2,75 pontos percentuais entre setembro de 2004 e outubro deste ano (de 16,25% para 19% ao ano), a taxa anual média ao consumidor recuou quase 2 pontos percentuais, segundo pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

A explicação para os movimentos inversos está no êxito do crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS, com desconto em folha de pagamento, afirma o vice-presidente da entidade, Miguel José Ribeiro de Oliveira. Nessa modalidade, os juros podem variar de 0,99% a 3,5% ao mês, já que a inadimplência é menor. As parcelas do pagamento do empréstimo são descontadas diretamente do salário.

Até o dia 7, mais de 5 milhões de aposentados e pensionistas já haviam recorrido ao crédito consignado, segundo a Dataprev. Em valores, os empréstimos ultrapassaram os R$ 10 bilhões. "Essa linha de crédito provocou uma concorrência maior entre os bancos, que tiveram de rever suas taxas", afirma Oliveira.

Uma das linhas beneficiadas por esse aumento de competição é o empréstimo pessoal concedido pelos bancos. Em setembro do ano passado, quando o Banco Central iniciou o ciclo de alta da Selic, a taxa dessa modalidade de crédito estava em 5,92% ao mês, ante os 5,67% de outubro deste ano.

As financeiras, que têm os maiores juros médios do mercado, também sentiram o efeito do crédito consignado e reduziram as taxas. Em setembro de 2004, quando a Selic estava em 16,25% ao ano, os juros do empréstimo pessoal estavam em 12,15% ao mês. Em outubro deste ano, com a Selic em 19%, o juro ficou em 11,68% ao mês.

Outra linha que registrou queda foi o CDC, influenciado pelo financiamento de veículos. Com estoques elevados, as montadoras decidiram diminuir os juros. A taxa caiu de 3,52% ao mês em setembro de 2004 para 3,48% em outubro deste ano.




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