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Casa Civil é acusada de favorecer filho de Dirceu
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10/10/2005 | 08:27
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A Casa Civil da Presidência montou, entre 2003 e 2004, uma estrutura especial para atender ao filho do então ministro José Dirceu - o atual prefeito de Cruzeiro d’Oeste, José Carlos Becker de Oliveira, o Zeca Dirceu - e facilitar a autorização de obras e a liberação de verbas para sua região, no norte do Paraná. O deputado não falou nem emitiu nota sobre o assunto neste domingo.

Os detalhes da investigação, colhidos pela Procuradoria da República no Distrito Federal durante um ano e sete meses, foram revelados pelo jornal Folha de S.Paulo e incluem até projetos com datas retroativas - comprometendo recursos relativos a obras que não estavam previstas nos respectivos ministérios.

O intermediário de toda a operação, segundo a denúncia, seria o então assessor do ministro, Waldomiro Diniz. Ele contatava figuras importantes nos ministérios, agendava audiências e providenciava o apressamento dos repasses de verbas, que beneficiariam toda aquela região do noroeste do Paraná.

As operações ocorreram num período em que Zeca Dirceu era ainda pré-candidato à Prefeitura da cidade - cargo ao qual ele chegou, nas eleições de 2004, com 8.514 votos (72% do eleitorado local).

Uma das fontes das informações, segundo a reportagem, foi um ex-auxiliar de Waldomiro Diniz, Júlio César de Araújo Nogueira. Segundo Júlio César, ‘‘foram incluídos pleitos de José Carlos Becker nas planilhas de execução (orçamentária) encaminhadas aos ministérios, no fim de 2003’’. Outra das pessoas que deram informações à Procuradoria foi a servidora Maria de Fátima Almeida Gonçalves, chefe do Protocolo até novembro de 2004.

A denúncia revela, também, que num período de 10 meses Zeca Dirceu reuniu-se pelo menos quatro vezes com Waldomiro na Casa Civil, foi recebido em pelo menos sete ministérios e visitou também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Quem organizava as audiências era uma assessora de Waldomiro, Ana Moraes Cristina Sena.

A Procuradoria vai buscar agora indícios que caracterizem prática de improbidade administrativa por parte de funcionários da Casa Civil e uma eventual ligação dos episódios com o então ministro José Dirceu.

Um dos poucos a comentar a nova denúncia, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que os parentes dos políticos não deveriam ser envolvidos nas denúncias, referindo-se ao filho de José Dirceu. ‘‘É por isso que defendi a filha do governador Geraldo Alckmin e a filha do prefeito José Serra contra acusações que não tinham cabimento.




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