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Volks instalará peça extra para impedir acidentes com o Fox
Por Gabriela Gasparin
Especial para o Diário
09/02/2008 | 07:03
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Após usuários perderem parte dos dedos ao tentarem ampliar o porta-malas do automóvel Fox, a Volkswagen anunciou nesta sexta-feira que instalará, gratuitamente, uma peça adicional que evita erros no manuseio do equipamento a todos os consumidores que tiverem dúvidas sobre o procedimento.

Negando a necessidade de recall, a montadora explicou que a troca acontecerá a todos os consumidores que ainda tenham dúvidas sobre a operação de aumentar o espaço do porta-malas, chamada de rebatimento do banco traseiro. A colocação do novo acessório que impedirá acidentes poderá ser feita em toda a rede autorizada de concessionárias Volkswagen.

A decisão foi tomada após órgãos de proteção ao consumidor enviarem notificações à empresa solicitando justificativas sobre danos físicos causados a proprietários do veículo.

Ao todo, oito consumidores entraram com ação na justiça contra a Volks, como confirmado pela própria empresa. No entanto, levantamento feito por um dos acidentados, o químico Gustavo Funada, de 58 anos, revela serem pelo menos 22 os lesados pelo acessório.

Os problemas foram causados por meio da alavanca localizada no banco traseiro do automóvel. Ao manusearem a peça para fazer o rebatimento, as vítimas tiveram os dedos presos. Após investigação, a montadora explicou, em nota, que os casos ocorreram durante operações que não seguiam as indicações do manual de instruções.

Segundo Marcos Diegues, gerente jurídico do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) – uma das entidades que enviou carta à montadora –, a ação de dar um tratamento especial para que o consumidor não fique exposto ao risco é válida neste caso, uma vez que solucionará o problema. “O recall é outra alternativa”, disse.

Ainda segundo Diegues, os consumidores que entraram com ação por lesão corporal devem ser indenizados.

De acordo Paulo Arthur Góes, diretor de fiscalização do Procon-SP – outra entidade que enviou documento à Volks –, nenhum produto que ofereça risco à saúde e segurança do consumidor pode ser colocado à venda, a não ser em casos nos quais o risco é inerente à mercadoria (como botijão de gás, por exemplo).

“Caso haja o risco, é necessário informar o consumidor a forma de utilização e as conseqüências que possam acontecer em caso do não cumprimento das recomendações”, explicou. De acordo com ele, ainda não é possível tomar conclusões sobre o caso do Fox, uma vez que estudos mais aprofundados ainda estão em andamento.




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