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Servidores reclamam do Acqua
Arthur Lopez
Do Diário do Grande ABC
10/10/2005 | 08:22
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O convênio do Instituto Acqua com a Prefeitura, que prevê a contratação de mão-de-obra sem concurso para o setor da Saúde em Santo André, ainda causa revolta em funcionários estatutários concursados, principalmente de quem foi remanejado para dar lugar aos novos "servidores". A Câmara Municipal, o Ministério Público e o Sindiserv (Sindicato dos Servidores Municipais) encaminharam pedidos oficiais de informações e aguardam a resposta da Prefeitura para saber quantas contratações ocorreram e onde atuam os contratados, qual o orçamento do convênio, de onde vem a verba e qual é o contrato que baseia esses procedimentos.

Para os funcionários remanejados desde maio, que não se identificam por temerem mais represálias, ficou o constrangimento de saberem por uma nota, escrita à mão, que permaneceram por vários anos atuando de forma ilegal e que seriam recolocados porque "não conseguiram aprender a trabalhar com computador". No local onde antes trabalhavam, eles vêem agora os contratados pelo Acqua, que tiveram de aprender a função com uns poucos servidores que permaneceram nas funções para ensinar o serviço.

O pior, dizem os servidores, é que em alguns setores o número do pessoal do Acqua contratado é o dobro dos servidores remanejados e há um forte comentário, principalmente no Hospital Municipal, de que os salários seriam três vezes maiores. Quem foi obrigado a deixar a função em que trabalhava havia no mínimo cinco anos (há casos de 11 anos no mesmo posto) ganha em torno de R$ 550. Comentam que, pelo Acqua, há salários que chegam a R$ 2 mil.

Quanto à capacidade de lidar com computador, todos os servidores ouvidos pelo Diário garantem que conhecem mais sobre informática do que os novos contratados. Houve um treinamento para todos antes de ser implantada a tecnologia na rede de Saúde. No comunicado do dia 11 de maio, é explicado a quem estava sendo remanejado que a situação deles na recepção era ilegal, "desvio de função", porque eram concursados para o serviço de limpeza, que fora terceirizado anos antes. Para os funcionários e para o sindicato, no entanto, não houve reguralização pois eles não voltaram para a função de origem e teve até quem voltou ou permaneceu na recepção para ensinar o trabalho para os recém-chegados.

Segundo o diretor do Sindiprev, José Carlos Taveira, a situação desses funcionários é uma aberração. "Muitos setores estão sendo terceirizados, mesmo havendo servidores para executarem o serviço ainda em atividade". Para ele, a situação ainda é pior quando a terceirização é feita, como no caso do Instituto Acqua, sem licitação, por se tratar de uma ONG.




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