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Tecnologia a serviço do bem

Estudantes de São Caetano criaram o TEABC, um aplicativo que ajuda na adaptação de crianças autistas

Yara Ferraz
Diário do Grande ABC
26/06/2021 | 23:59
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André Henriques/DGABC


Uma série de aplicativos está disponível em nossos smartphones. Dispositivos que ajudam a deixar a vida mais prática. Já pensou como deve ser desenvolver um deles do zero?

<Para as irmãs Emmanuelle de Oliveira Lopes, 16 anos, e Michaelle Aparecida de Oliveira Lopes, 15, do bairro Santa Paula, em São Caetano, isso já é realidade. As duas criaram o TEABC, junto com mais três colegas, um aplicativo que ajuda na adaptação de crianças autistas.

“Nosso aplicativo é composto por algumas atividades. As crianças autistas têm mais dificuldade de demonstrar o que estão sentindo no momento, então há um reconhecedor de face, que ajuda com as emoções. Também existe um reconhecedor de voz e de palavras, para auxiliar no desenvolvimento motor e também um espaço para desenhar”, disse Michaelle.

A inspiração para as meninas foi um estudo que a mãe, que é aluna de psicologia, fez sobre o assunto. Além disso, elas têm um primo e colegas da escola que são autistas.

“Foi um grande desafio porque tive que usar uma plataforma para criar tudo e correr atrás de aulas no Youtube”, explicou Michaelle, que ficou responsável por todo o desenvolvimento do aplicativo.

As meninas fizeram uma vaquinha on-line para disponibilizar o aplicativo gratuitamente na Play Store (para sistema Android) e na App Store (para iOS). “Estamos trabalhando em várias parcerias com escolas, clínicas de psicologia, para que o aplicativo também seja utilizado no desenvolvimento de pessoas que fazem este acompanhamento. Conversamos com um psicólogo, que falou que havia a ausência de uma ferramenta moderna sobre o assunto”, disse Emanuelle.

Além do orgulho do projeto, que pode transformar a vida de muitas pessoas, as irmãs contaram que fazer o aplicativo juntas acabou aproximando-as. “Foi muito incrível. Eu fiquei muito empolgada por nós duas participarmos juntas. A gente acabava conversando bastante sobre isso, inclusive quando surgia alguma ideia, eu já corria para falar com ela”, afirmou Emanuelle.

O projeto é semifinalista no Technovation Girls, que desafia meninas a criarem aplicativos para resolver problemas nas suas comunidades. Elas integram o grupo CybergirlsX, junto com Rafaela Balthazar, Maria Eduarda Stochmann e Maria Eduarda de Ferraz, todas alunas do Colégio Universitário da USCS (Universidade Municipal de São Caetano). Elas competem com outras 142 equipes, de 41 países.  

Concurso mundial desafia meninas

O concurso Technovation Girls desafia meninas entre 10 e 18 anos de idade a criar, desenvolver e lançar um aplicativo para resolver um problema do entorno. Na edição de 2021, foram 60 inscritas no Grande ABC, sendo a maioria de São Caetano (41), a mesma cidade das irmãs Emmanuelle e Michaelle.

“Queremos meninas em países do terceiro mundo olhando para um telefone e dizendo: ‘Eu posso consertar isso’. É ter a confiança para pensar em si própria como inventora. Estamos mudando a forma como o público vê as meninas e a maneira como elas mesmas se veem”, afirmou a CEO do Technovation, Tara Chklovski .

As meninas se cadastram por meio de uma plataforma, passam 12 semanas trabalhando em seus apps. Neste período, elas devem desenvolver um plano de negócios – dependendo da categoria, já que as meninas de 10 a 14 anos participam do júnior e de 15 a 18 anos, do sênior – e o aplicativo.

Depois disso, elas submetem os projetos e têm início as rodadas de avaliação. O anúncio das finalistas deve sair nos próximos dias.

A final vai acontecer nos dias 12 e 13 de agosto virtualmente. Qualquer pessoa pode assistir se inscrevendo em https://www.technovation.org/world-summit/

INSPIRAÇÃO
Na história da tecnologia podem aparecer mais homens do que mulheres, mas para quem deseja pesquisar mais sobre o assunto, há muitas mulheres responsáveis por grandes feitos, que influenciam até nos dias atuais.

Você pode não ter ouvido falar da atriz Hedy Lamarr, que nasceu em 1914 e morreu em 2000. Ela é considerada a mãe do wi-fi porque criou um sistema de comunicação para as Forças Armadas dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, que serviria de base para a internet sem fio e a telefonia celular.

Já Carol Shaw, que nasceu em 1955, é considerada a primeira desenvolvedora de jogos eletrônicos do mundo. Ela criou jogos como Tic Tac Toe, um jogo da velha para videogame, e River Raid, em que os jogadores podiam controlar um avião, para o Atari.

Recentemente, em 2019, foi divulgada a primeira imagem de um buraco negro. O feito só foi possível devido à cientista Katie Bouman. Ela criou um algoritmo capaz de entender milhares de dados astronômicos, o que possibilitou essa captura.




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