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Animais exóticos dentro de casa

Crianças contam suas experiências com pets que fogem do padrão, como águia, cobra, coruja e até ratos

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
13/06/2021 | 07:07
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Celso Luiz/ DGABC


Ter um animal de estimação, como gato, cachorro e até um coelho, dentro de casa é algo muito comum. Entretanto, há crianças que interagem com bichinhos que fogem do padrão, como aves de rapina, répteis e pequenos roedores que podem ser domesticados, desde que sejam adquiridos de forma legal, tenham espaço adequado e que ofereça qualidade de vida.

A estudante e moradora de Santo André Julia Alves Bitener, 10 anos, divide a casa com um ratinho da espécie twitster, o Stuart, a coruja Sansão, o gavião chamado Escamoso e a águia chilena Ragnar, aves que são legalizadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Como o pai de Julia, Diego Bitener, 39, é estudante de veterinária e treinador de aves de rapina, o contato com esses pets começou desde cedo, quando a garota tinha apenas 4 anos. Depois disso, Diego começou treinar essas aves em espaços abertos e Julia sempre o acompanhou. Com todo esse tempo de amizade, os bichinhos já são acostumados com ela, já que, inclusive, ela também ajuda na limpeza do espaço onde eles vivem e também na alimentação.

“O Stuart fica mais tempo comigo, mas todas as aves são mansas”, conta Julia. Os pássaros ficam em um espaço reservado na garagem da casa da família e a limpeza nesse lugar é realizada duas vezes por dia.

No quesito alimentação, Stuart come ração e também gosta de banana, já as aves recebem carne que é específica para elas. “É uma dedicação diferente. As aves, principalmente, precisam de tempo para voar, se alimentar, ficar um pouco no sol com supervisão e até descansar. É preciso oferecer qualidade de vida a elas”, completa Diego.

A família espera por um novo gavião, que deverá chegar até o fim do ano. A animal já tem nome. Vai se chamar Cacau.

Em uma realidade muito parecida com a de Julia, o estudante Nicolas Nyitray Campos, 7, de Santo André, também vive na companhia de pets diferentes dos tradicionais. Ele e a mãe, a bióloga Natalia Nyitray, 24, cuidam de uma cobra, da espécie jiboia arco-íris, chamada Ayla (também legalizada pelo Ibama), e de três ratinhos, da espécie ratasana doméstica, Olivia, Margot e o Príncipe. Mas a família também já teve um bicho-pau e uma barata madagascar.

Nicolas ainda não alimenta os bichinhos, mas passa muito tempo do dia perto deles e garante não ter medo.

Ayla e os roedores ficam em terrários, que são espécies de aquário, mas que, ao invés de água, ficam cheios de terra. Os dispositivos têm aquecimento, plantas e tocas, para que os animais possam se sentir em um ambiente similar ao da selva.

A mãe de Nicolas também observa que é fundamental conhecer bem o bicho antes de tê-lo em casa, para saber exatamente do que ele precisa para viver bem. “Todos os bichinhos descansam no terrário, mas também soltamos eles pela casa”, ressalta.


Foto: André Henriques

Convívio com esses pets requer atenção e cuidados diários redobrados

Da mesma forma que os cães e gatos precisam de uma atenção redobrada , já que são integrantes da família, os animais exóticos também requerem cuidados bem especiais na criação doméstica.

Professora de bioclimatologia e bem-estar animal do curso de medicina veterinária da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Paula Duarte Wajnsztejn reforça que retirar os animais silvestres de seu habitat de forma incorreta é crime ambiental. “Caso queira realmente ter um, procure criadores legalizados. Conheça o criador. Veja se esses animais são bem cuidados, se o ambiente é limpo e organizado”, aconselha a profissional.

Além disso, Paula ainda reforça que todos eles, em diferentes espécies, possuem necessidades diferentes. “Como o cão precisa passear todo dia e ter ossinhos para brincar e o gato dorme mais e tem de ter arranhadores, cada espécie animal possui suas próprias necessidades”, ressalta.

Então, é preciso conhecer muito bem antes de adquirir, assim como fizeram as famílias da Julia e do Nicolas.

A gestora do curso de medicina veterinária da USCS, Rana Rached, completa que, além dessas necessidades diferentes, cada bichinho tem um tipo de interação com os humanos, ou seja, quem é dono de uma cobra sabe que ela não brinca de bolinha igual um cachorro, ou pode ser carinhosa como normalmente é um gato, por exemplo.

Assim, da mesma forma que toda família se adapta a esses bichinhos, os animais também precisam se adaptar com o ambiente. Esse é o segredo para a boa convivência.
 




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