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Paço de Diadema confronta Estado sobre hospital de campanha

Prefeitura diz que não recebeu verba e anuncia obra no HM; Saúde cita que repassou R$ 4,2 mi

Junior Carvalho
21/04/2020 | 00:23
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Celso Luiz/DGABC


A instalação de hospital de campanha em Diadema para atendimento de pacientes com Covid-19 segue incerta. Enquanto o governo do prefeito Lauro Michels (PV) sustenta que ainda não obteve retorno sobre pleito feito ao governo do Estado, o Palácio dos Bandeirantes alega que já repassou verba ao município para o enfrentamento da pandemia.

Em meio ao impasse, a gestão Lauro anunciou ontem minirreforma do Hospital Municipal, em Piraporinha, para ampliação de leitos de UTI. Segundo a administração, serão feitas intervenções para acrescentar oito vagas da unidade, totalizando 18 leitos de UTI, além de 26 de enfermarias. O governo verde assegurou que os novos leitos estarão “disponíveis para uso no início desta semana”. O Parque do Paço, porém, não detalhou dados da obra, como valores e se a adaptação tem sido tocada pela própria Prefeitura ou por terceirizada.

É a primeira vez que o governo Lauro fala em obras no HM, que tem sido o principal equipamento de atendimento a pacientes com suspeitas ou já diagnosticados com a doença. A alegação antiga de que o equipamento não poderia passar por intervenções devido à falta de titularidade do imóvel – pertence à União – foi justificada com a informação de que a ampliação de leitos “trata-se de obra provisória em razão da pandemia”.

Há dez dias, Lauro prometeu transformar o segundo andar do Quarteirão da Saúde, localizado no Centro, em hospital de campanha. O espaço, de cerca de 2.000 metros quadrados, estava destinado desde 2013 para abrigar unidade da Rede de Reabilitação Lucy Montoro. Contudo, o projeto, que chegou a virar promessa de campanha de Lauro à reeleição, em 2016, nunca saiu do papel. Lauro transferiu a instalação do equipamento ao governo do Estado.

Ontem, por meio de nota, o Paço diademense ressaltou que “até o momento não houve retorno por parte da Secretaria do Estado da Saúde”. Por outro lado, a pasta informou ao Diário que repassou mais de R$ 32 milhões às prefeituras do Grande ABC, sendo R$ 4,2 milhões só para Diadema, para o enfrentamento da pandemia. O setor reforçou que esse montante, inclusive, é destinado justamente para o custeio de hospitais de campanha, mas que a decisão sobre a instalação dessas unidades é de responsabilidade do município, conforme a demanda.

Confrontado com o posicionamento da gestão paulista, o governo Lauro voltou a dizer que “não recebeu resposta do Estado sobre a utilização do espaço destinado à Rede Lucy Montoro para instalação de hospital de campanha”. “O recurso enviado pelo governo estadual é uma verba destinada para ações voltadas para o enfrentamento da pandemia. O município utiliza para aquisição de insumos, EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e outras ações de prevenção e combate à doença.” 




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