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20 anos de Castelo Rá-Tim-Bum

Programa que estreou em 1994 na TV Cultura e conquistou gerações ganha superexposição em museu na Capital

Por Caroline Garcia
Do Diário do Grande ABC
20/07/2014 | 07:00
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Divulgação


A senha de hoje é… Assobiar! O porteiro de lata abriu a porta. Em seguida, a imagem em holograma do menino de 300 anos chamado Nino me convidou para conhecer o Castelo. Logo vi um bichano sentado na poltrona da biblioteca. Seu nome? Gato Pintado. Mas não vi pintas nos pelos dele. Pediu para eu não bagunçar seus 1.005 livros.

Então, fui conhecer o laboratório. Lá havia esqueletos de dinossauro e microscópio, que mostrava minha imagem de costas, como se tivesse uma câmera atrás de mim. Parece que dois cientistas trabalham ali.

Passei por uma porta que me levou até a oficina. Era cheia de invenções e tinha até um par de sapatos usando óculos escuros! Achei estranho e segui para o corredor que parecia um encanamento. No local vivem dois monstros: o roxo com cara de mau e outro bonzinho.

Cheguei na sala de música. Brinquei num piano estranho, que tocava conforme pedalava. O espaço era tão bonito. Perto dali havia lareira, marionetes e um globo terrestre.

De repente, um túnel futurista, com chão que balançava, me levou à cozinha. O cheiro era doce, mas não vi nada para comer. Na sala principal, uma árvore gigante chamou minha atenção. Tomei um susto quando uma cobra rosa saiu de dentro dela. Falou que seu nome era Celeste, que era boazinha e eu não precisava ter medo.

Uma passagem secreta me levou a um quarto cheio de gibis na parede. Subi as escadas e dei de cara com a gralha tagarela. Ela estava no quarto da feiticeira; desconfiei pelo caldeirão que notei lá. Passei ainda pelo ninho de passarinhos repleto de instrumentos musicais e pela sala que piscava como lustre.

Quando estava indo embora, ouvi alguém dizer: “Este Castelo será meu”. Sei que tem um homem querendo comprá-lo, mas duvido que esse mundo fantástico esteja à venda. Imagina como é legal viver lá!

Onde - Castelo Rá-Tim-Bum – A Exposição está em cartaz até 12 de outubro no MIS (Museu da Imagem e do Som), que fica na Av. Europa, 158, tel.: 2177-4777, em São Paulo. De terça a sexta, das 12h às 21h; sábado, das 10h às 22h, e domingos e feriados, das 10h às 20h. Ingresso: R$ 5 e R$ 10.


Atividades completam a mostra

Quem foi criança nos anos 1990 e 2000 se divertiu e aprendeu com a turma do Castelo Rá-Tim-Bum. Prova de que o programa exibido pela TV Cultura foi enorme sucesso é que os ingressos para os primeiros dias de exposição já estão esgotados.

Além da mostra com cenários, personagens e figurinos originais, o MIS (Museu da Imagem e do Som) contará com programação paralela sobre o seriado. No domingo (27), entre 10h e 17h, acontece a Maratona Infantil Especial, com várias atrações gratuitas. Para algumas delas é preciso retirar ingresso com uma hora de antecedência.

Entre os destaques está o espetáculo Penélope, A Repórter Cor-de-Rosa, com Angela Dip, que rola às 14h e 16h. Tem também a oficina Stop Motion Ratinho Castelo Rá-Tim-Bum, às 11h e 14h, que ensina a técnica de animação com massinha. Programação completa no www.mis-sp.org.br.


Por dentro do passeio

O Gato Pintado é o guardião da biblioteca. Ele adora literatura e sabe exatamente o lugar de cada livro. Entre os 1.005 exemplares que compõem o acervo do Castelo estão contos, poesias e lendas.

Tíbio e Perônio são os cientistas do Castelo. Os irmãos gêmeos e gênios realizam experimentos no laboratório e analisam mistérios do dia a dia, como descobrir o porquê de os peixes dormirem com os olhos abertos.

O Quarto do Nino é um dos lugares mais legais do Castelo. A entrada secreta é uma porta giratória que fica escondida debaixo da escada da sala. Todas as paredes são revestidas por histórias em quadrinhos.

O Mau e seu amigo Godofredo são os habitantes dos encanamentos do Castelo. Apesar do nome, o monstrengo roxo é bonzinho; sua única ameaça é dar a gargalhada fatal caso o trava-língua não seja dito corretamente.

Fura-Bolo e os amigos da Dedolândia são fantoches que chamavam a atenção do público ao ensinar Matemática de maneira divertida por meio de canções e muita dança. Eles usavam estilos musicais de diferentes épocas, como o rock.

O aposento de Morgana era onde a feiticeira de 6.000 anos e tia-avó de Nino passava a maior parte do tempo. Seu principal passatempo era contar histórias, sempre acompanhada de Adelaide, sua gralha de estimação.


Elenco guarda boas recordações

Já se passaram 20 anos, mas os atores que deram vida aos personagens do Castelo Rá-Tim-Bum não esquecem a emoção de participar do programa. “Lembro principalmente dos bastidores, de como a gente se divertia e se dava bem. Todos trabalhavam muito, mas era uma delícia”, afirma Cinthya Rachel, que tinha 13 anos quando interpretou Biba.

A rotina de gravação era trabalhosa, de segunda a sábado, após a escola até a noite. Mas havia intervalo para fazer lição de casa. “Sempre foi um clima muito divertido e descontraído, com pessoas totalmente dedicadas ao projeto. Era um grupo especial”, lembra Luciano Amaral, que também tinha 13 anos quando deu vida a Pedro.

Fredy Allan, o Zequinha, se orgulha de ter trabalhado junto de grande elenco. “Guardo recordações das peças de teatro com Rosi Campos (Morgana), Pascoal da Conceição (Dr. Abobrinha), Cassio Scapin, Sergio Mamberti, grandes atores que estavam gravando comigo.”

Para Cassio Scapin, o Nino, a série é diferente dos programas infantis atuais porque ensina, diverte e não tem publicidade. “É produto de educação, entretenimento e cultura, com conteúdos de literatura, poesia, iniciação musical, artes plásticas.”

Sergio Mamberti, que interpretou o Dr. Victor, afirma que foi uma aventura participar do projeto, pois ultrapassou as expectativas de toda a equipe. “Passou a fazer parte do imaginário nacional. Hoje, vejo que o Castelo Rá-Tim-Bum tem um contexto muito moderno.”

O seriado, dirigido por Cao Hamburger, voltou a ser exibido na TV Cultura de segunda a sexta, às 11h30 e 19h30. (Por Caroline Ropero)


Fernandes ilustrou livros do Castelo

Há 26 ilustrador do Diário, Fernandes desenvolveu, em parceria com o também ilustrador Girotto, os desenhos da coleção de livros do Castelo Rá-Tim-Bum, publicada pela Companhia das Letrinhas nos anos 1990. Cada obra trazia a história de um personagem.

Segundo Fernandes, os primeiros volumes eram desenhados e pintados à mão. Imagina a trabalheira! “A gente levava dois meses para fazer. Trabalhávamos de madrugada. Certa vez, ficamos 48 horas desenhando direto sem dormir, ir para casa e tomar banho.” Só nos últimos livros começaram a usar o computador.

Para criar alguns desenhos, Fernandes e Girotto chegaram a usar farelo de bolacha e escanear tijolo, madeira, panela, estofado de cadeira, entre outros objetos.

O artista relembra o sucesso das obras. “O primeiro livro vendeu 40 mil exemplares em uma semana. No lançamento, ficamos um dia inteiro autografando. Muita gente ficou de fora porque não conseguiu entrar.” (Por Juliana Ravelli) 




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