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Corinthians busca novas fontes de renda para conseguir pagar o estádio Itaquerão
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03/09/2017 | 06:45
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Um dos desafios do Corinthians para os próximos anos é conseguir pagar a arena de Itaquera, o estádio Itaquerão, sem que isso prejudique as finanças do clube - a mensalidade é de R$ 5 milhões. Para tentar entender como isso pode ser possível, o jornal O Estado de S.Paulo visitou a casa alvinegra e conheceu alguns dos setores que já estão rendendo receitas, com eventos que vão além de um jogo de futebol, ou que podem vir a render. E constatou que o desafio dos gestores é fazer com que ele gere renda em dias que não há partida.

Todo o dinheiro arrecadado na arena corintiana vai direto para o fundo de investimento que paga a obra, ou seja, não entra nada nos cofres do clube. Em dias sem jogos, o carro-chefe do estádio são os camarotes, que podem ser usados para eventos corporativos. O aluguel espaço varia de R$ 200 mil a R$ 800 mil por ano, de acordo com tamanho e número de assentos, dentre outros fatores.

A arena tem dois estacionamentos que podem receber shows com até 45 mil pessoas. O estádio já tem alguns espaços sendo utilizados, como lanchonetes e lojas que vendem produtos do clube. Mas ainda há várias áreas livres, cujo aluguel varia de R$ 5 mil a R$ 100 mil/mês.

Até casamento já foi realizado no Itaquerão. Vale quase tudo para fazer a arena se tornar rentável e mostrar que ela não é apenas um estádio de futebol. A ideia é criar diversas ações para transformar o espaço em um polo de entretenimento ao público, em especial, da zona leste de São Paulo. Os representantes da arena contam, com certo orgulho, que o estádio já deixou um legado para a região. Do total de funcionários que trabalham no local, 70% moram perto.

Existem dois pontos que atrapalham a evolução dos negócios atualmente. O primeiro deles é o fato de alguns setores do estádio não estarem 100% prontos, pois a Odebrecht não finalizou a obra. Os setores Norte e Sul têm áreas não concluídas que resultam em prejuízo para a gestão. "É algo que precisa ser conversado entre os responsáveis, pois é um prejuízo irrecuperável. É como o ingresso de um show. Você não vendeu, não tem como recuperá-lo", lamentou o superintendente de operações da Arena, Lúcio Blanco.

Outro ponto negativo é a desconfiança que ainda ronda a arena. Lúcio Blanco, no entanto, garante que as notícias negativas relacionadas ao estádio não impacta nas negociações. "Quem conhece a arena sabe que não é um estádio que vai cair, como falam por aí. A gente promove visita de possíveis investidores para eles verem como é aqui", disse.

"MATCH DAY" - Quando tem jogo, o aluguel pontual de um camarote (para o dia apenas) custa de R$ 12 mil a R$ 15 mil, dependendo do setor e da importância do confronto. A bilheteria é uma das principais fontes de renda - média de R$ 1,5 milhão de renda líquida por partida. E quem anuncia nos painéis de Led que separam o setor superior do inferior das arquibancadas paga R$ 8 mil para ver a sua marca aparecer 15 vezes.

Há outros atrativos, como o Esquenta da Fiel. O torcedor compra o ingresso para qualquer setor, paga mais R$ 10 e tem acesso a uma parte do estacionamento onde ocorrem shows e muita comilança. Quem quer algo mais reservado tem a opção de pagar R$ 390 (em média) e ficar em camarotes com comida e bebida à vontade.

Ao mesmo tempo em que criar receitas é uma obsessão, reduzir custos é primordial. Uma das formas encontradas é fazer permutas. "A time que cuida do ar-condicionado tem camarote", contou Thiago de Rose, gerente de planejamento da arena.




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